Stress pós-traumático de Marcelo? Presidente pode mudar estilo após polémica

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

A recente polémica em que Marcelo Rebelo de Sousa se viu envolvido pode obrigá-lo a mudar a sua postura e estilo de Presidência.

Marcelo Rebelo de Sousa atravessa talvez um dos períodos mais conturbados da sua Presidência. A causa foram as suas recentes declarações em relação aos casos de abusos sexuais a menores na Igreja Católica. O chefe de Estado disse que “haver 400 casos não parece que seja particularmente elevado”.

Segundo o NOVO, Marcelo Rebelo de Sousa está a receber vários apelos para falar menos e afinar o seu estilo.

“Ele não tem cuidado, fala demais. Está a dar cerca de três conferências de imprensa por dia e não se compreende como isto é possível. É quase impossível que uma pessoa que fala tantas vezes e sobre tudo não cometa erros”, diz José Miguel Júdice ao semanário.

“Quando uma pessoa está completamente sozinha, é mais natural que cometa mais erros do que se ouvir pessoas que estão ali para ajudar e são pagas para isso”, acrescenta, aconselhando o Presidente a “aprender com os erros”.

Apesar de tudo, o Presidente da República já veio a público garantir que vai continuar a ter um papel interventivo mesmo depois da polémica em torno dos seus comentários.

“Não pensem que me vou fechar no palácio”, garantiu, respondendo aos seus críticos mais ferozes.

Em Belém acredita-se que há grupos políticos interessados em fragilizar a Presidente e torná-lo uma figura menos interventiva. Terá sido por isso que Marcelo pediu ao Parlamento que revisse a lei das incompatibilidades que está agora a ser questionada devido aos vários casos no Governo.

A ideia terá sido passar a mensagem de que não vai deixar esta declaração infeliz retirar-lhe iniciativa polémica. “Não me deixarei condicionar”, adianta

As palavras de Marcelo rapidamente foram mal recebidas na opinião pública, mas também por partidos e atores políticos, que repudiaram a declaração.

Entretanto, dois esclarecimentos foram feitos, no sentido de enquadrar a declaração inicial. “O Presidente da República sublinha, mais uma vez, a importância dos trabalhos desta Comissão, muito embora lamente que não lhe tenham sido efetuados mais testemunhos, pois este número não parece particularmente elevado face à provável triste realidade, quer em Portugal, quer no Mundo”.

“Vários relatos falam em números muito superiores em vários países, e infelizmente, terá havido também números muito superiores em Portugal“, acrescentando que “espera que os casos possam ser rapidamente traduzidos em Justiça”.

Perante a tormenta mediática, o Presidente da República sentiu ainda necessidade de se explicar de viva voz, desta feita em direto na RTP e à porta do Palácio de Belém. “Para os milhões de pessoas que contactam com instituições religiosas, católicas, acho curto o número de 400 e tal. Se quer a minha convicção, acho que há muitos mais”.

Daniel Costa, ZAP //

4 Comments

  1. “Stress”, coitadinho do menino… está muito mal, ai, ai, vou chorar, também. Se não sabe fazer comunicações corretas e coerentes, porque é que ainda é presidente? Não tem categoria, pá!

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