“Não pensem que me vou fechar no Palácio”. Marcelo responde aos críticos que o querem silenciar

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República garante que vai continuar a ter um papel interventivo mesmo depois da polémica em torno dos seus comentários sobre os abusos sexuais dentro da Igreja.

A polémica em torno dos comentários do Presidente da República sobre os abusos sexuais a menores na Igreja é talvez o caso mais infeliz nos seus seis anos em Belém. Em causa estão as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa quando foi questionado sobre a mais recente atualização dada pela comissão que investiga os abusos em Portugal, tendo dito que “400 casos não é um número muito elevado”.

A frase suscitou uma onda de críticas e o Presidente veio pedir desculpa. De acordo com o Expresso, o chefe de Estado tem-se refugiado no Palácio de Belém enquanto espera que a tempestade acalme para poder aferir os estragos do escândalo na sua popularidade.

Mesmo assim, o Presidente garante que vai continuar a ser proativo. “Não pensem que me vou fechar no palácio”, garantiu ao Expresso, respondendo aos seus críticos mais ferozes.

O mesmo jornal avança que Belém acredita que há grupos políticos interessados em fragilizar a Presidente e torná-lo uma figura menos interventiva. Terá sido por isso que, na quarta-feira de manhã e no meio da polémica, Marcelo pediu ao Parlamento que revisse a lei das incompatibilidades que está agora a ser questionada devido aos vários casos no Governo.

A ideia terá sido passar a mensagem de que não vai deixar esta declaração infeliz retirar-lhe iniciativa polémica. “Não me deixarei condicionar”, adianta

Já quando pediu desculpas publicamente pela suas declarações, Marcelo fez saber que está aqui para ficar e que não vai deixar de ser interventivo. “O Presidente vai continuar o seu caminho. Exatamente como sempre foi, sem mudar uma vírgula nos valores, nos princípios, na determinação…”, afirmou.

As fontes de Belém avançam ainda que por trás deste caso está o catolicismo de Marcelo. O Presidente já foi acusado várias vezes de deixar as suas crenças religiosas pessoais influenciar as suas decisões políticas, mas também tem promulgado ao longo dos anos várias leis que a Igreja Católica contestaria, como a adoção por casais homossexuais, as barrigas de aluguer ou a procriação medicamente assistida.

ZAP //

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