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S&P entra na campanha eleitoral após passar Portugal de tóxico a lixo

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Mário Cruz / Lusa

A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua

A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua

A decisão da agência Standard and Poor’s de melhorar o rating de longo prazo de Portugal, de BB para BB+, isto é, de “Lixo tóxico” para apenas “Lixo”, antecipando a continuidade das políticas de austeridade, está a gerar polémica. O Bloco de Esquerda acusa a agência de interferência eleitoral.

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda por Lisboa, Mariana Mortágua, disse que o partido não reconhece legitimidade à Standard and Poor’s para avaliar Portugal, acusando a agência de rating de estar a interferir com as eleições.

“Não aceitamos a vossa interferência nas nossas escolhas, nas nossas eleições, na nossa democracia porque é isso mesmo que estão a fazer quando vêm agora proferir qualquer tipo de consideração sobre o rating da República Portuguesa a menos de um mês das eleições”, criticou Mariana Mortágua durante um discurso num jantar de pré-campanha do BE em Lisboa.

A Standard and Poor’s decidiu aumentar o rating de longo prazo de Portugal, de BB (o chamado “Lixo Tóxico”) para BB+ (o patamar do “Lixo”), frisando que espera que haja uma “continuidade nas políticas”, independentemente de quem vencer as eleições de 4 de Outubro.

Mariana Mortágua destaca que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “até é dispensável no quadro da Standard and Poor’s desde que a política de direita e a austeridade continue”, ironizando que o rating da República Portuguesa teve um upgrade do lixo tóxico e “agora é só lixo“.

Segundo a deputada bloquista “a única estabilidade que a S&P quer é a estabilidade dos seus clientes, dos mercados financeiros”.

portugal.gov.pt

Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque

Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque

Ministra fala em reconhecimento por melhoria da situação económica

Já a ministra das Finanças considera que a posição da Standard and Poor’s é o reconhecimento de “uma melhoria continuada da situação económica do país”.

Maria Luís Albuquerque constata que é um reflexo da “recuperação do emprego” e também de que “há um processo de consolidação orçamental que permite que a dívida pública tenha entrado numa trajectória descendente pela primeira vez em 15 anos”.

“É, naturalmente, uma notícia positiva, que olhamos como um encorajamento para continuar nestas políticas, tanto mais que a própria agência de rating” alerta que os riscos que podem levar, eventualmente, a uma nova descida, são precisamente não se continuar com as reformas estruturais, ou de haver um desvio significativo àquilo que são as metas orçamentais entretanto definidas”, alerta a ministra.

ZAP / Lusa

11 Comments

  1. Lá na sede, na América, os “gaijos” das nootaçõoes estão feitos com o Paulo Portas e estas notícias configuram perseguição desabrida da Strandard and Poor’s aos especialistas de comunicação do Partido Socialista, uma descarada introomissão propagandística na campanha a favor da coligação, embora confirme as palavras de A.Costa a uma sino plateia há uns poucos meses atràs! Ora bolas!

  2. Mais uma dor de barriga para os esquerdolas todos, sempre que haja uma boa notícia sobre a recuperação da economia portuguesa acaba sempre numa forte azia para esta gente, mas que agradável sentido de patriotismo!

  3. Há pessoas, que ficam invejosas, ao verem o vizinho, com uma camisa lavada. Temos que ser mais comedidos e ter arcaboiço para receber as boas noticias.,por que, só essas, nos enchem a alma de vigor e de patriotismo.. Portugal, é só um e todos devemos lutar, para que , cada vez seja mais forte, para oferecer aos cidadãos , uma vida digna, em todas as idades, capaz de suportar tudo, menos as injustiças…Deixai o partidismo e pensai em Portugal, como um todo a defender, do descalabro e da aventura..

      • Penso que o ela queria dizer é que o “lixo” medido em sacos deixou de ser de 100 litros e passou para 50 litros… E isso quer dizer que o lixo tem valor, não sendo grande coisa, é certo, menos significa mais! Percebe?

  4. Passou de sacos de lixo de 50 kilos para 100 kilos, tristes estes portugueses era bem feito tirarem a refoma a todos, só vejo apoiar quem nos tirou tudo, vendeu tudo, mandou os jovens para fora de Portugal. e o mais grave o Paulo Portas o Homem dos submarinos, dinheiro esse que dava para Portugal sair da crize, e só tem apoiantes da trêta.

    • Da ideia original, permita-me uns bicos de pés, a analogia baseava-se implicitamente em “notações” e “litros” explicitamente o que a terá feito “esticar-se” um pouco não só na ordem de grandeza quantitativa como até na unidade padrão de aferição (volume vs peso). Explico: Lixo acomoda-se para triagem em sacos de 100 l (pior que) 50 litros em termos poluição! Coisa diferente é 50 < 100 Kg de lixo naquela lógica! Só que não se pode converter Litros da analogia a "notações lixo" em kilogramas porque o volume (litros) é o espaço que ocupa um corpo e peso é a força que sobre ele é exercida pela gravidade! Conclua que 1 litro, se for de água, pode pesar 1 kg dada a densidade ser idêntica. Só que, tratando-se de litros de variedade de lixo o peso varia consoante a densidade do compósito para triagem e, por sinal, dependendo do tipo pode gerar metano que se mede em metros cúbicos e até matéria orgânica vulgo estrume que se mede em toneladas.
      Concluo: Na minha "agência de notação" se o que escreveu tivesse correspondência a "dívida soberana" e o potencial financeiro fosse o da sua "economia doméstica" a notação seria D-5* a que é atribuída a economias "desidratadas" ficando no limiar de D-4* com um ou dois copinhos mas de água lisa o que geralmente é suficiente apesar de se tratar de um estímulo!

    • É caso para perguntar: Os portugueses merecem a concidadania dos portugeses, Lobo Antunes, António Damásio, “Sá Carneiro”, “Salgueiro Maia”, António Barreto, Maria João Pires, Siza Vieira, Gentil Martins, Paula Rego, José Mourinho, Mariza, Cristiano Ronaldo de entre outros que proliferam em Universidades ou institutos internacionais?

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