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“José Sócrates e Rui Rio são irmãos siameses”

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes volta a tecer duras críticas a Rui Rio, considerando que o presidente do PSD e José Sócrates são “irmãos siameses” na forma como querem “controlar a Justiça”. O ex-líder do PSD também aponta o dedo a Armando Vara, acusando-o de “falta de verdade”.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes contesta as propostas do PSD com vista à mudança de composição do Conselho Superior da Magistratura, considerando que não visam mais nada que não seja tentar controlar a intervenção do Ministério Público (MP).

“Nas propostas para controlar a Justiça, Sócrates e Rio são irmãos siameses“, considera mesmo Marques Mendes. “Podem até ser diferentes nas intenções e no carácter, mas nas ideias são iguais”, constata ainda, frisando que ambos “gostavam de poder dizer o que se investiga, como se investiga e quando se investiga”.

Marques Mendes nota que “Rio é um homem sério”, mas lamenta que “nunca é capaz de ter uma palavra firme a favor do combate à corrupção” e que é “sempre muito dúbio”.

Além disso, o comentador repara que Rio deveria ter manifestado “uma posição clara de apoio” a Joana Marques Vidal, ex-Procuradora-Geral da República”, “numa altura em que o MP passou a ser livre e determinado”.

“Se não fosse Rio, Marques Vidal ainda estaria em funções”, acrescenta, notando que “foi ele que a deixou cair” por não defender a sua continuidade.

O “descaramento” de Armando Vara

Marques Mendes deixa ainda críticas a Armando Vara que foi condenado a cinco anos de prisão por tráfico de influências no processo Face Oculta e que, em entrevista à TVI, veio garantir a sua inocência e criticar o juiz Carlos Alexandre.

“Não faz sentido nenhum, acho é que ele não tem vergonha na cara“, acusa Marques Mendes, notando que “surpreende” a “falta de rigor” e a “falta de verdade” de Vara.

“Foi ex-ministro, foi ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, devia ter vergonha”, afirma o comentador da SIC, constatando que a condenação de Vara não foi decidida por Carlos Alexandre e que o ex-Governante do PS revela “falta de honestidade intelectual” e “descaramento”.

“Só Centeno manda neste Governo”

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes abordou ainda os problemas na área da saúde, considerando que “há turbulência” e “desorientação e mal-estar como quase nunca houve”, apesar da mudança de ministro.

O comentador cita a greve dos enfermeiros, a demissão de directores de hospitais, as queixas de falta de pessoal, os conflitos com a ADSE e a polémica na Lei de Bases, notando que “há mais contestação hoje do que no tempo da Troika”.

Este cenário acontece porque o ex-ministro da Saúde, Paulo Macedo, “tinha mais força dentro do Governo de Passos Coelho” do que tinha Adalberto Campos Fernandes ou do que tem agora Marta Temido no Governo de António Costa.

“Neste Governo só há um ministro que realmente manda – Mário Centeno“, atira Marques Mendes, realçando que “todos os outros são ajudantes”.

Sobre a Lei de Bases da Saúde, Marques Mendes lamenta que se mantém “a mania de que os problemas se resolvem fazendo leis”. “Não é uma nova lei que salva o SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, diz.

O comentador nota ainda que o Governo está “cercado de greves por todo o lado” e que Costa nunca terá imaginado “um fim de mandato tão atribulado”. “Pensava que tinha pela frente um passeio para a maioria absoluta e enganou-se”, aponta.

Marques Mendes destaca em particular “a novidade da greve dos enfermeiros” que “é realizada à margem das Centrais Sindicais”, com a CGTP e o PCP a criticarem-na “violentamente”. É um reflexo que “está a ocorrer em Portugal uma mudança de paradigma”, refere.

“Os sindicatos tradicionais estão em crise” e “marcados politicamente, com estratégias muito partidárias e cada vez mais desligados do terreno”. “Surgem movimentos novos, inorgânicos, que os partidos e as centrais sindicais não controlam”, diz, concluindo que “esta mudança de paradigma está a acontecer em todo o mundo e também chega a Portugal”.

ZAP //

16 Comments

  1. Ver um lobista mafioso destes falar em justiça ou corrupção é hilariante!…
    E claro que ele apoia a facção dentro do PSD que estão contra o Rui Rio – certamente que ele vai contra o seus interesses (e dos seus clientes)!…
    E este anão rafeiro também será “gémeo siamês” do Vara: tal como ele, também não tem vergonha na cara!!

  2. O ZAP reproduz com frequência as opiniões de Marques Mendes e as notícias do Observador. Nem um nem outro são fontes isentas ideológicamente. Isto é muito mais propaganda ideológica do que informação. Ainda por cima Marques Mendes prima pela falta de senso em tudo o que diz. Aqui só se aproveita o que ele diz de Armando Vara. Comparar Rio a Sócrates é como comparar Ramalho Eanes a Cavaco Silva. Uma enormidade e uma ofensa grave passível de um processo por difamação e ofensas à integridade moral.

    • Caro Miguel,
      Felizmente, o ZAP permite-lhe vir aqui ao ZAP contrapor essa sua opinião à opinião dos leitores que não concordam consigo, e que dão crédito ao comentário do dr. Luís Marques Mendes (se existirem).
      Quando às citações que o ZAP faz do Observador, que são frequentes, o ZAP também cita com frequência inúmeras outras fontes, dos mais variados quadrantes políticos e ideológicos, científicos e culturais, nacionais e mundiais. E fazendo-o, não lhe admitimos que nos diga que fontes devemos ou não citar.

      • Isso mesmo ZAP! Está a pôr na ordem esse agitador do Miguel Queiroz que ideológicamente (com acento… coisa estranha) é do reviralho e apenas do reviralho

      • Veja lá se quer que eu ande de lupa à procura de cada vez que fizer um erro. Isto de criticar a forma quando não se tem capacidade de atacar o conteúdo, é mais grave do que um acento mal colocado.

      • Pelo menos o ZAP dá direito ao contraditório dos seus leitores, coisa que muito jornalixo tuga não permite. Alguns até já suprimiram a caixa de opiniões… Pois… custa engolir as verdades…

      • Eu também estou com o ZAP e aproveito para desejar Boas Festas a toda a sua equipa. E há que pôr ordem nos desordeiros deste espaço… como o Miguel Queiroz e o Eu!

      • Olha, olha… eu aqui “caladinho” e este anjinho foi fazer “queixinhas à professora”!
        Típico de quem faz comentários apalermados e depois não aguenta a resposta!…
        O ZAP deve necessitar mesmo da tua “ajuda”!…

      • Caro ZAP, mais do que permitir comentários, o ZAP vive da publicidade, que por sua vez vive do tráfego que a página tem, em não pequena parte com origem nos comentadores e leitores dos comentários.

        Todos os jornais online onde comento, do The Guardian ao The Independent e passando pelo Observador, permitem comentários a favor e contra aquilo que escrevem. Só há dois que têm o hábito de censurar: O The Guardian e o ZAP. Já que falamos no Observador, é um bom exemplo de não censura. Comento em liberdade de pensamento como aqui e olhe que lá nunca ninguém, me veio dizer que “não admite” que eu diga o que devem escrever.

        Eu nunca disse aqui, nem faria sentido dizer, que o ZAP não deve citar Marques Mendes e o Observador. Mas nem um nem outro são órgãos informativos como por exemplo o Diário de Notícias ou o Público. São pasquins propagandístico ao nível do Diabo ou do Esquerda.net. Não considero a mesma coisa e tenho todo o direito de ter essa opinião… E até se torna caricato alguém da redacção do ZAP vir dar com uma mão e tirar com a outra, dizendo que permite que eu dê a minha opinião mas a seguir dizendo que não admite que eu o faça. Isto para não falar de que já não é a primeira vez que a redacção do ZAP me dirige críticas directas por eu manifestar a minha falta de admiração intelectual pelo Dr. Marques Mendes.

        Já agora se temos de o tratar por Dr. (no país dos Doutores), tratem-me a mim por mestre pois sou-o a duplicar: Tenho mestrado e sou mestre de artes marciais há mais de duas décadas. Pode ser, não?..

      • Caro dr. Miguel Queiroz,
        Em primeiro lugar, já por várias vezes analisámos as suas alegações de que o ZAP “censura os seus comentários”, para chegar à conclusão de que em 95% dos casos foi o Akismet a filtrá-los quando apanha alguma palavra “proscrita” (coisa que acontece invariavelmente com os mais longos dos seus quase sempre valiosos comentários), e que nos 5% restantes fizemos muito bem.
        Em segundo lugar, parece haver um equívoco óbvio da sua parte quanto ao que é ou não “censura”. Portanto, vamos realçar: não lhe admitimos que exerça censura sobre as escolhas que fazemos das nossas fontes.
        De qualquer forma, nem sequer está em causa se vamos ou não permitir-lhe que verbalize nestes comentários essa sua censura das nossas escolhas. Vamos obviamente apenas ignorar essa censura, e continuar a escolher livremente quem citamos ou não.

      • Com certeza que não tenho a presunção de ter a capacidade, quanto mais o direito ou a vontade, de interferir nas escolhas das fontes do ZAP. Se foi essa a ideia que passou, trata-se de um equívoco. Só dei a minha opinião sobre o valor informativo de duas delas.

  3. se a justiça funcionasse bem em relação á corrupção o mafioso mentes já fazia comentário por vídeo conferencia a partir da cadeia de alta segurança de monsanto há muitos anos, ele e o camarada dias loureiro e todos os outros do bpn incluindo a múmia do poço de boliqueime.

  4. Caro Miguel Queirós,
    Dizer que o Público e o Diário de Notícias são órgãos de informação é no mínimo hilariante. Em Portugal, não os há. Compreendo que sejam aqueles com os quais ideologicamente mais se reveja. Mas não deixam de ser pasquins ao nível do CM.

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