/

Sócrates não jantou em protesto contra más condições da prisão de Évora

12

Tiago Petinga / Lusa

O ex-primeiro-ministro José Sócrates

José Sócrates e os restantes reclusos do Estabelecimento Prisional de Évora recusaram jantar, neste domingo, num protesto contra a má qualidade da comida que lhes é servida. Uma revolta que, curiosamente, terá começado a ser alimentada pelo alegado tratamento de favor ao ex-primeiro-ministro.

O Correio da Manhã dá conta deste protesto de presos, frisando que José Sócrates “juntou-se aos outros reclusos e não jantou”.

No Estabelecimento Prisional de Évora estão 50 detidos, maioritariamente agentes de forças de autoridade como a GNR, a PSP e a Polícia Judiciária.

José Sócrates é o mais ilustre dos detentos, desde que foi preso a 25 de Novembro de 2014, e terá sido precisamente desde a sua detenção que o clima no Estabelecimento se deteriorou, aponta o Correio da Manhã.

A morte de um recluso no passado dia 30 de Junho terá agudizado o desconforto dos detentos, “que se queixam de falta de capacidade dos serviços prisionais de providenciar assistência médica capaz”, frisa o jornal.

Disso mesmo dá conta o ex-inspector da Polícia Judiciária João de Sousa, no blogue que alimenta a partir da prisão de Évora, deixando num artigo datado de 5 de Julho fortes críticas ao director do Estabelecimento Prisional.

“Se o Sr. Director permitisse mais uma ventoinha num espaço onde dois homens pernoitam, sendo que um deles é um diabético referenciado, espaço esse onde se registam temperaturas sufocantes, talvez se evitasse o ocorrido”, escreve João de Sousa a propósito da morte do recluso.

João de Sousa repara ainda que se o director da prisão “atendesse às inúmeras reclamações, consequência das precárias condições” existentes, “como atendeu à ridícula questão das botas, talvez, com uma gestão válida, capaz, humanizante, nada disto tinha acontecido”.

O alegado tratamento de favor concedido a José Sócrates continua assim a dar que falar e será “foco de tensão” no interior da prisão, repara o Correio da Manhã. Apesar disso, o ex-governante juntou-se ao protesto dos presos.

O ex-primeiro-ministro recebeu no domingo mais uma manifestação de apoio de elementos ligados ao Movimento Cívico José Sócrates Sempre que se manifestaram junto à prisão de Évora, apelando à sua libertação.

SV, ZAP

12 Comments

  1. Pois o rapaz está habituado a restaurantes de nomeada que não o da prisão.Mas não se pode queixar da pensão completa que ainda lhe temos de pagar…Enfim, o autoritarismo no seu expoente máximo.Quando eram os outros na prisão ninguém se preocupava mas agora que está este “artista” toda a comunicação social se importa.

  2. Porque não exigem um acordo com o Restaurante Fialho? Já agora devem exigir também sala de refeições com ar condicionado e toalhas e guardanapos de pano e nunca de papel…

  3. “…estão 50 detidos, maioritariamente agentes de forças de autoridade como a GNR, a PSP e a Polícia Judiciária.” Tem segurança altamente especializada. Bem acompanhado, bem guardado!!

  4. Eu sei que o Gambrinos e o Tavares são melhores ó sr Socrates. Mas va-se habituando, com a vantagem acrescida que neste é à borlix. Paga o Zé que esta teso que nem carapau. Boa estadia.

  5. E eu a pensar que o protesto do senhor em causa era por falta de mais uma entrevistinha a algum órgão de comunicação social.

  6. Por mim pode até ficar sem comer até morrer. Se acha assim tanto e está de consciência limpa devia ir em frente e fazer greve de fome em nome da sua inocência. Se não o fizer é porque admite a sua culpa e prova a sua incapacidade de provar que esta de consciência tranquila. Prove que está inocente se for capaz. Amanhã cá estarei.

  7. ”…elementos ligados ao Movimento Cívico José Sócrates Sempre que se manifestaram junto à prisão de Évora, apelando à sua libertação.”
    Porque é que um dos elementos não propõe ao juíz Carlos Alexandre, uma troca de lugar com o Sr. José Pinto de Sousa??? Pelo menos podia ajuizar da veracidade do que se passa no estabelecimento prisional.

  8. há aqui várias questões que importa referir. Até poderá ter razão, mas queria o quê, se ele enquato ministro nada ou pouco fez para debelar estas deficiencias, e porque não aceitou a prisão domiciliária,? será que aqueles que vão á porta não lhe podem levar uma laranja, pão ou água, pois me parece que era o suficiente para se alimentar e até emagrecia, pois engordou muito á conta dos pobres portugueses a quem enganou.? Alguma vez se importou, enquanto primeiro ministro, com o que se passava e passa nas cadeias? Eu acho que deveriam fazer aqui aquilo que já ouvi um país civilizado, afirmar.”Ospresos vão passar a pagar a estadia e alimentação nas cadeias” Isso era justo nem que pagassem com trabalho.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.