Sócrates assinala liberdade com visita a Soares mas pode esperar novos processos

José Sócrates fez a sua primeira saída de casa, em liberdade, neste sábado, após a revisão das medidas de coacção que lhe foram aplicadas no âmbito da Operação Marquês. O amigo Mário Soares foi o contemplado com a visita do ex-primeiro-ministro.

O ex-primeiro-ministro saiu de casa por volta da uma da tarde, sem prestar declarações aos jornalistas.

Mário Soares foi, por diversas vezes, visitar o ex-governante ao Estabelecimento Prisional de Évora, onde esteve detido por quase 11 meses, e não deixou de lhe dar pessoalmente os parabéns quando esteve em prisão domiciliária.

José Sócrates foi, assim, retribuir a simpatia ao ex-presidente da República, agora que foi libertado das medidas de coacção mais gravosas.

Mais processos na calha

Embora podendo congratular-se com esta pequena vitória na investigação da Operação Marquês, José Sócrates não vai descansar de alívio, já que na forja podem estar novos processos judiciais.

O Correio da Manhã cita os casos do Parque Escolar e do TGV, com o envolvimento do Grupo Lena, e a situação da compra dos direitos televisivos em que Sócrates foi sócio de Pais do Amaral e de Rui Pedro Soares, assim como os casos do Aeroporto da OTA e das PPP (Parcerias Público Privadas), como situações que ainda estarão sob investigação no Ministério Público.

Enquanto isso, José Sócrates ainda deverá ter que esperar mais alguns meses até que lhe seja deduzida acusação no processo Operação Marquês, segundo apurou o Diário de Notícias.

“Ministério Público levou uma trepa”

Os advogados de José Sócrates, que estiveram na sexta-feira à noite reunidos com o ex-primeiro-ministro durante mais de cinco horas, vão neste sábado falar com a comunicação social.

João Araújo já se congratulou com a libertação do seu cliente, lamentando que vem com “um atraso de 11 meses”.

“O Ministério Público insiste em esconder que levou uma trepa. É uma tentativa de esconder a verdade. É uma vigarice”, atirou ainda o advogado aos jornalistas, à porta da casa de Sócrates.

Em declarações à SIC, João Araújo salientou ainda que “está em execução um plano político de subversão do regime democrático por alguns sectores do poder judicial” que querem formar “um país novo”.

SV, ZAP