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Sindicatos portaram-se como “patinhos feios” (e caíram na “esparrela” do Governo)

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O comentador político Luís Marques Mendes elogiou este domingo a postura do Governo perante a convocatória de greve dos transportadores de materiais perigosos e criticou os sindicatos, que cometeram “erros de palmatória”.

De acordo com o ex-presidente do PSD, um desses erros foram as “duas excelentes oportunidades” que os sindicatos tiveram esta semana para recuar e desconvocar a greve, referindo a proposta do Governo de mediação para o conflito e também a proposta de ser elaborada uma convenção coletiva do trabalho.

“O sindicato teve aí uma oportunidade de, concordando, sair por cima, sair vitorioso e ganhador. Dizendo que não, mostrou antes uma postura má, de intransigência e teimosia”, disse.

No seu espaço de comentário da SIC, Luís Marques Mendes referiu ainda que, logo depois de o Governo ter decretado os serviços mínimos para esta greve, os sindicatos podiam ter dito que “o governo esvaziou a greve”. “Quando o governo decretou os serviços mínimos, o sindicato também aí podia ter tido uma grande oportunidade para sair de cima, dizendo que o Governo esvaziou a greve. Portanto, fazia-se de vítima, o que é sempre pagante em Portugal, e desconvocava a greve e deixava este trunfo para outra oportunidade”.

Para o comentador político, o sindicato “seguiu o caminho errado”. “Por isso, tem a opinião pública contra, tem o Governo contra e tem a justiça contra. E corre o risco de fazer uma greve sem dela tirar nenhum ganho de causa, o que significará, usando um ditado popular, entradas de leão e saída de sendeiro”, criticou.

Sobre a postura do Governo, Marques Mendes teceu comentários positivos, referindo que o executivo está agora mais preparado do que esteve na greve dos mesmos sindicatos em abril deste ano.

“O governo, como está preparado, foi muito profissional. E foi profissional em vários planos. Primeiro, foi profissional e assertivo no plano do discurso. Dramatizou a situação quanto baste, sem exagerar, acicatando no fundo os ânimos da opinião pública contra os camionistas que, digamos, não perceberam e portaram-se como patinhos feios. Caíram na esparrela”.

Para o comentador, o sindicato errou na análise, ao não perceber que esta greve é “altamente impopular”, ao pecar pela falta de novidade, ao contrário do que sucedeu em abril, altura em que reivindicou aumentos salariais para 2019 e 2020, enquanto agora o faz para 2021 e 2022.

Para Marques Mendes, o Governo soube ainda transformar um problema numa oportunidade, lembrando que os portugueses “gostam de autoridade” e que esta é uma luta de David contra Golias. A preocupação em acautelar o serviço público e em minorar as consequências da greve poderá, na opinião do antigo líder do PSD, ajudar o Governo a conquistar a maioria absoluta, ao transmitir uma imagem de credibilidade, depois de aparecer como o Governo das contas certas na crise dos professores.

“Esta greve dá jeito ao Governo”, conclui Marques Mendes, que anunciou que o primeiro-ministro convocou os seus ministros para estarem preparados a partir das 6h00 da manhã desta segunda-feira para uma reunião de Conselho de Ministros eletrónica, para a eventualidade de falharem os serviços mínimos e ser preciso decretar a requisição civil. “Se algo correr mal, a responsabilidade é de quem provocou a greve”, avisa o comentador.

O comentador relembrou que o PSD e CDS não podem fazer nada, porque se estivessem na posição de António Costa fariam exatamente o mesmo. Marques Mendes recordou mesmo que, em 2014, com a greve dos pilotos da TAP, o “Governo de Pedro Passos Coelho agiu com firmeza e autoridade e usou a requisição civil que será o que acabará por acontecer neste caso”.

ZAP //

3 Comments

  1. O que leva a pensar que foi tudo estrategicamente preparado, já em Abril, a fazer de conta que o governo tinha sido surpreendido mas é competente e capaz, portanto prepaprou-se e agora está perfeitamente e gerir a situação e impedir que se cause “incómodo” aos portugueses e às portugesas.

    Vamos ver que novos tachos vão ter estes sindicalistas, a seguir às eleições.

    (com os enfermeiros não chegaram lá e só a posteriori è que estão a “investigar” a ordem, para chatear)

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