A greve dos motoristas de matérias perigosas entra esta sexta-feira no quinto dia, depois de um dos dois sindicatos que convocaram a paralisação ter desconvocado o protesto. O Governo já veio apelar ao diálogo e ao fim da greve que decorre desde segunda-feira por tempo indeterminado.
A decisão do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) surgiu perto das 23:00, na sequência de uma reunião no Ministério das Infraestruturas, gabinete onde se encontravam também dirigentes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram). “Chegámos à conclusão de que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos”, disse Anacleto Rodrigues, porta-voz do SIMM.
“Desconvocámos a greve numa base de irmos agora trabalhar no sentido daquilo que eram as nossas propostas e de que a Antram já tinha conhecimento”, continuou. “E agora vamos trabalhar com uma primeira reunião já no próximo dia 12 de setembro”.
O porta-voz do sindicato disse que com a desconvocação da greve voltam ao trabalho “150 motoristas dos que estiveram nos piquetes hoje [quinta-feira]”. O SIMM tem cerca de 1.200 associados, segundo Anacleto Rodrigues.
Esta posição do SIMM deixou o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) sozinho no protesto, depois de esta estrutura sindical ter pedido na quinta-feira a mediação do Governo para chegar a um entendimento com a Antram.
O Governo começou por anunciar que iria nomear um mediador para tentar terminar o conflito, mas, horas depois, disse que o processo de mediação não era viável. A Antram, por seu turno, reiterou na quinta-feira que, se os sindicatos desconvocarem a greve, aceita reunir-se com aquelas estruturas.
O primeiro-ministro, António Costa, saudou esta quinta-feira o SIMM e a Antram por este ter desconvocado a greve e, assim, iniciar as negociações com a associação patronal.
“Saúdo o SIMM e a Antram que conseguiram alcançar o que todos ambicionamos: o fim da greve e o início das negociações entre as partes. O diálogo faz o seu caminho, devolvendo tranquilidade aos portugueses”, escreveu na sua página da rede social Twitter.
“Que mais este exemplo inspire todos. Que ninguém fique isolado numa greve estéril que compromete o diálogo”, acrescentou, referindo-se ao acordo alcançado na quarta-feira entre a Antram e a Fertrans (Federação de transportes afeta à CGTP).
Também o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apelou esta noite a que o SNMMP “desconvoque a greve” e “se junte ao processo negocial”.
“É fundamental que o SNMMP desconvoque a greve e se junte ao processo negocial”, disse o ministro, que falava aos jornalistas à saída de uma reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa, local onde esta sexta-feira à noite decorreu uma reunião e no final da qual foi anunciado pelo SIMM que tinha decidido desconvocar a greve e partir para o processo negocial.
“A Fectrans escolheu a via negocial e conseguiu resultados. O SIMM decidiu-se pela via negocial e pretende obviamente conseguir resultados. Falta o SNMMP”, continuou Pedro Nuno Santos. “O tempo da greve terminou. Este é o tempo da negociação (…) “Os portugueses já estão saturados desta greve”, afirmou.
“O país inteiro espera pelo fim da greve. Motoristas também”, acrescentou.
Aumentos entre 140 e 266 euros
O acordo assinado entre a associação das empresas de transportes Antram e a Fectrans representa aumentos mínimos de 140 euros para motoristas indiferenciados e 266 euros para motoristas de matérias perigosas, segundo avançaram ambas as partes.
Os valores, avançados pelas duas partes, estarão em vigor a partir do próximo ano, e foram acordados numa reunião realizada na quarta-feira à noite no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa.
De acordo que a Antram – Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, o acordo foi conseguido na sequência de “uma dura negociação” e permite um aumento mínimo de 140 euros para motoristas de mercadorias gerais e de 266 euros para quem transporta matérias perigosas.
A estes valores “acrescerão os impostos que as empresas terão de suportar”, sendo que, “no total, este aumento comporta um custo total de mais de 300 euros por mês por cada trabalhador”, refere a Antram em comunicado esta sexta-feira divulgado. “O custo que as empresas suportarão por trabalhador por ano aumenta em mais de 4.000 euros através deste novo acordo”, acrescenta a associação.
O porta-voz do SNMMP reagiu ao anúncio do acordo, considerando que foi feito à revelia dos motoristas- Trata-se de um “acordo que foi assinado à revelia de tudo aquilo que os motoristas pretendiam. O país está em estado de crise energética porque os motoristas têm-se revoltado e têm reclamado condições que não são aquelas que estão no acordo, e a Antram e a Fectrans resolveram celebrar um acordo contra a vontade dos motoristas”, disse Pedro Pardal Henriques à comunicação social em Aveiras de Cima, distrito de Lisboa.
SNMMP continua braço de ferro
Na manhã desta sexta-feira, e reagindo à retirada do Sindicato Independente da greve, o SNMMP afirmou que vai continuar com a paralisação, continuando “a apelar à mediação” do Executivo. “Vamos continuar a aguardar esta mediação para podermos voltar a negociar”, sublinhou Francisco São Bento, presidente do sindicato, à RTP 3.
“Vamos continuar a apelar a esta mediação. Sabemos que é possível. Legalmente, está definida no Código do Trabalho esta opção. Portanto, vamos continuar a aguardar esta mediação para podermos voltar a negociar”, frisou, dando conta que os mtoristas do SNMMP “não estão isolados”. “Vamos continuar a ter os trabalhadores a prestar os serviços mínimos, as oito horas diárias”, acrescentou São Bento.
“Os trabalhadores estão mobilizados, continuam a acreditar e não se deixem vergar, estamos aqui duros como o aço“, disse ainda, citado pelo jornal Público. “Vamos continuar a greve até que se chegue a uma conclusão (…) Estamos dispostos a um mês, seis meses, um ano, seja o tempo que for”, esclareceu.
ATUALIZAÇÃO: SNMMP disponível para suspensão temporária da greve
Ausente esta manhã esteve Pardal Henriques, porta-voz do SNMMP e um dos principais rostos desta greve. “O Pedro Pardal Henriques tem a sua vida para fazer, teve de ir ao escritório, mas não está a fugir da comunicação social, também está a fazer contactos. O que se passa aqui não é a vida do Pedro Pardal Henriques, é a vida dos 900 trabalhadores”, disse, comentando a ausência do vice do sindicato.
A greve fora convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, com o objetivo de reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
Na segunda-feira, ao final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
ZAP // Lusa
Por aqui analisamos os interesses viciados de alguns .
Quando foi do seu interesse apoiaram e juntaram-se aos grevistas das matérias perigosas .
Assim que lhes acenaram com um “osso” o sentido de união foi para o lixo o. A união faz a força e no meu tempo de estudante e trabalhador quando era para um tinha que ser para todos .
Mais uma vez a demonstração como o tuga é interesseiro e egoísta :”o meu assunto está resolvido os outros que se lixem” …
Exatamente! Infelizmente é mesmo assim, o português é mesmo muito egoísta e pouco solidário, nem sei como conseguimos chegar aos 2 milhões para o caso da Matilde !
Triste (p)aís mesmo…
E assim vai Portugal, sindicatos que vforam atrás do osso, logo desconvecaram a greve, deixaram o Dr.º Pardal com os motoristas isolados, mas mantêm-se firme.
É assim o povo e a mentira “O POVO UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO” qual união do povo!
Muitos em vez de apoiar a greve que já a luta dura á 22 anos, falam da vida privada do Dr. Pardal!!!
E agora não havia mais esperar e assim foi o inicio da greve que apoio a 100%, mas não a estes sindicatos traidores que sairam logo que lhe deram um osso!
É TRISTE, MAS DEUS NÃO DORME…
Estamos se assim continuar vai no bom caminho de uma DITADURA…
Vejam os partidos das Greves que não sairam da toca, pois apoiam o PS e assim é a Geringonça, deixam a sua ideologia politica pelos tachos, e tachos para seus e familiares…
PS sempre ao lado dos patrões e não com os motoristas que ganham de ordenado 630,00€ e têm alcavalas que as empresas não descontam para as finanças e Segurança Social.
Sei de um motorista que está de baixa a ganhar 400,00€ pois é assim porque os patrões fazem descontos só dos 630,00€ é o que os motoristas não querem querem sim que os descontos seja pela totalidade a receber para terem uma reforma digna.
OS MOTORISTAS NÃO QUEREM REFORMAS AOS 39 ANOS, 42, 49, 52 ANOS POIS É O QUE TÊM OS DEPUTADOS E OUTROS DO GOVERNO E AINDA RECEBEM A SUBVENÇÃO VITALICIA, QUE FOI CRIADA POR MÁRIO SOARES EM 1995 PARA ENCHER O CU E FAMILIARES E AMIGOS…
VIVA PORTUGAL SEM ABUTRES, HIENAS, CORRUPTOS E LADRÕES DO POVO….
SE ANTES DO 25 DE ABRIL DE 1974 ESTAVA A ECONOMIA A CRESCER 12%, HOJE AO FIM DE 44 ANOS ESTAMOS COM DIVIDA DE 600% COMO É POSSIVÉL.
TINHAMOS 900 TONELADAS DE OURO E HOJE TEMOS SÓ 200 TONELADAS DE OURO.. ONDE FOI O OURO E OS MILHARES DE MILHÕES DE EUROS??????
ESTOU EM SINTONIA A 100% COM UMA MULHER DE UM MOTORISTA SEM PAPAS NA LINGUA…