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Ginásios não podem cobrar mensalidade total. É um dos setores “mais afetados negativamente”

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O setor dos ginásios e ‘fitness’, que abrange mais de meio milhão de clientes em Portugal, será “dos mais afetados negativamente” devido à pandemia de Covid-19, explicou à agência Lusa o especialista em gestão de desporto Alfredo Silva.

Segundo o coordenador da licenciatura de Gestão de Organizações Desportivas da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, as medidas adotadas no país para fazer frente à pandemia levam a “perdas de rendimento assinaláveis” para grande parte do setor.

Em primeiro lugar, os ginásios estão encerrados, fechando a porta a cerca de 539 mil clientes, segundo dados da Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP). Pela estimativa de Alfredo Silva, esta paragem “gera uma perda mensal de receita superior a 21 milhões de euros”.

Por outro lado, alerta o docente universitário, os vários profissionais técnicos que trabalham em ginásios, health clubs e outros clubes ou entidades destinadas a oferecer serviços de exercício físico estão em risco.

De técnicos de exercício físico a diretores técnicos, dos quais há mais de 25 mil acreditados pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), “boa parte deles irá conseguir superar a situação com oferta online”, mas outros “irão ter perdas de rendimento assinaláveis”.

De acordo com o Jornal de Notícias, citado pelo Dinheiro Vivo, os ginásios não podem cobrar aos clientes a totalidade da mensalidade. Segundo a Deco, as propostas dos clubes de oferecerem descontos para os meses posteriores ao confinamento social têm de ser aceites pelos clientes e não pode ser cobrada a mensalidade total.

A SC Fitness, que explora as marcas Solinca, Pump e One, deixou de cobrar as mensalidades quando encerrou os espaços. Já a VivaGym, Fitness Hut e Holmes Place querem convencer os sócios a não suspender as adesões oferecendo descontos até ao final do ano. Estas cadeias estão a disponibilizar aulas virtuais.

Para a Deco, a solução é legal, mas tem de ser aceite pelo cliente. A associação lembra que, caso o sócio queira rescindir o contrato e tenha uma cláusula de fidelização, terá de indemnizar o ginásio.

À Lusa, o especialista em marketing desportivo e diretor executivo do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) Daniel Sá explica que esta “indústria dos ginásios” vai sofrer “um impacto incrível” com o encerramento.

Ainda assim, alerta que qualquer análise está “sempre dependente de quanto tempo o país estiver em shutdown’, ou seja, com os estabelecimentos encerrados e em estado de emergência, ainda que seja “impossível” não sofrer consequências com “as receitas a caírem abruptamente”.

O novo coronavírus surgiu na China, em dezembro de 2019, mas o surto espalhou-se por todo o mundo, tendo levado Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – entre os quais se destacam os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e internacionais de todas as modalidades.

ZAP // Lusa

 

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