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Seguro apresenta queixa contra Costa por envio de SMS aos militantes

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António José Seguro / Flickr

O líder do Partido Socialista, António José Seguro

O líder do Partido Socialista, António José Seguro

A candidatura de António José Seguro entregou uma queixa contra António Costa, alegando que este enviou hoje um SMS aos militantes socialistas a apelar que votem em si, mensagem que a candidatura do autarca lisboeta diz ter sido um lapso já suspenso.

De acordo com a candidatura do atual secretário-geral socialista, a queixa é assinada por João Proença, diretor da campanha, e foi dirigida ao presidente da Comissão Eleitoral, Jorge Coelho.

Por seu turno, fonte da candidatura de António Costa diz que foi detetado o sms, que “foi um lapso e foi corrigido”, tendo sido suspenso “de imediato” e não ter chegada a 5% do universo eleitoral.

“Em 40 anos de democracia nunca assistimos a uma violação tão grosseira das regras democráticas como esta que Antonio Costa acabou de praticar. A campanha terminou na sexta-feira. Hoje é o dia das eleições”, refere a candidatura de António José Seguro, censurando esta “atitude anti-democrática e desrespeitosa” do atual presidente da Câmara de Lisboa, que “mancha o processo eleitoral”.

Comissão Eleitoral diz que candidaturas não podem enviar SMS durante dia de eleições

A Comissão Eleitoral para as primárias do PS deliberou hoje que as candidaturas devem “abster-se de utilizar quaisquer meios de comunicação electrónica” durante o dia da votação, na sequência de uma queixa de António José Seguro contra António Costa.

“Nestes termos, deve a candidatura de António Costa cessar, com efeitos imediatos, o envio de mensagens SMS durante o dia do ato eleitoral”, refere um comunicado da Comissão Eleitoral.

“A deliberação referida no número anterior foi comunicada ao representante da candidatura de António Costa na Comissão Eleitoral, tendo o mesmo assegurado que o envio de mensagens SMS foi imediatamente cessado e que o mesmo se tratou de um erro processual”, acrescenta o comunidado.

Este órgão, presidido pelo socialista Jorge Coelho, entende que as candidaturas devem “abster-se de utilizar quaisquer meios de comunicação electrónica, nomeadamente chamadas telefónicas, SMS, emails, para fins de marketing político durante o dia do ato eleitoral, sob pena de as mesmas poderem influenciar, ainda que indirectamente, o sentido de voto”.

De acordo com o comunicado da Comissão Eleitoral, que cita a reclamação da candidatura de António José Seguro, a mensagem da candidatura de António Costa tinha o seguinte teor:

Hoje não deixe de votar. O PS precisa do seu apoio. Se tiver dúvidas onde vota, ligue 808303001. Conto consigo. António Costa”.

Cerca de 250 mil simpatizantes e militantes socialistas escolhem hoje entre o secretário-geral António José Seguro e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, o candidato do PS a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas.

A votação começou às 09h00 e prolonga-se até às 19h00.

(dr) PSocialista / Flickr

António Seguro e António Costa nas Autárquicas em Lisboa

António Seguro e António Costa nas Autárquicas em Lisboa

Este modelo norte-americano de eleições primárias para a indigitação de personalidades para cargos políticos, que se distingue dos restantes por ser um processo aberto a simpatizantes, é aplicado pela primeira vez em Portugal, depois de experiências já realizadas em partidos socialistas ou da esquerda-democrática em França e Itália.

Se o actual secretário-geral do PS vencer as eleições primárias, António José Seguro será confirmado como candidato a primeiro-ministro pelos socialistas nas próximas legislativas e, como tal, o calendário interno deste partido poucas alterações terá.

Se for o presidente da Câmara de Lisboa a vencer as primárias, António José Seguro já fez saber que se demitirá da liderança e, nesse caso, Costa quererá convocar o mais rapidamente possível eleições directas para o cargo de secretário-geral e um congresso extraordinário do PS.

ZAP / Lusa

1 Comment

  1. João Proença “substitui-se” às funções do presidente da Comissão eleitoral, Jorge Coelho, para afirmar: “Em 40 anos de democracia nunca assistimos a uma violação tão grosseira das regras democráticas como esta que Antonio Costa acabou de praticar. A campanha terminou na sexta-feira. Hoje é o dia das eleições”, refere a candidatura de António José Seguro, censurando esta “atitude anti-democrática e desrespeitosa” do atual presidente da Câmara de Lisboa, que “mancha o processo eleitoral”.
    Não será esta intervenção, também ela, em si mesma, uma violação grosseira das regras democráticas, embora de recorte mais fino, embora bem tendenciosa junto do eleitorado, por parte de alguém que é diretor de campanha de uma das partes? Caso sim, dir-se-ia: “diz o roto ao nu”…

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