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Se OE não for aprovado à esquerda, será a “certidão de óbito” do Governo (e o país “vai bater palmas” a Rio)

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Carlos Barroso / Lusa

No seu habitual espaço de comentário na SIC este domingo, Luís Marques Mendes disse acreditar que o Orçamento de Estado para 2021 será aprovado mas, se não for aprovado à esquerda, será a “certidão de óbito” do Governo.

Este domingo, na SIC, Luís Marques Mendes disse acreditar que o Orçamento de Estado para 2021 (OE2021) vai ser aprovado. Questionado sobre se será o PCP a aprová-lo, o comentador disse que não. “Acho que o PCP descolou, mudou de campeonato, percebeu que a geringonça custou-lhe muito em termos eleitorais”.

Marques Mendes disse ser “mais provável” que seja o Bloco de Esquerda (BE) a aprovar o OE2021. “Há quem entenda que não se deve viabilizar, outros que se deve negociar mas com condições fortes e exigentes”, afirmou.

Por outro lado, se não for o BE a dar a mão ao Governo de António Costa “na 25ª hora, o PSD acaba por viabilizar o Orçamento”.

Para Marques Mendes, “ao contrário do que se pensa, não é um presente envenenado”, mas antes “uma grande oportunidade” e que é mesmo “sair a sorte grande”. O comentador considera que o PSD tem sempre a possibilidade de invocar o “interesse nacional”, tendo em conta que existe “a presidência da UE, as presidenciais, a impossibilidade de até março o Presidente dissolver o Parlamento e não pode resolver a crise”. “Rui Rio vai sair-se bem. E o país vai bater palmas“, disse.

Sobre a exigência do BE de não haver mais dinheiro para o Novo Banco, “aí já ganhou porque é notório que o Governo não o vai fazer no OE”. No entanto, sobre a hipótese do BE “parecer querer também que se proíba o fundo de resolução de ir buscar dinheiro a outro lado” para pagar ao Novo Banco, “esta condição é absurda, impossível e ilegal”. “O Governo não pode rasgar um contrato que outra entidade assinou”.

O ex-líder do PSD adianta ainda que “já há uma espécie de comissão de quatro bancos liderados pela CGD que está a negociar ir buscar dinheiro para financiar o fundo resolução”.

O comentador disse também, relativamente a uma eventual fusão entre o BCP e o Montepio, que “ainda não houve” contactos “entre os dois bancos nesse sentido” nem com o ministério das Finanças, mas admite que “não é de excluir essa hipótese”.

Caso haja uma eventual crise, Marques Mendes considera que o PSD e a direita têm três problemas: um problema de alternativa; um problema de governabilidade e o problema do Chega.

O problema de alternativa refere-se ao facto de “o país ainda não ver no PSD e no centro direita uma solução e uma “falta de condições para governar” porque o PSD “até pode ganhar”. Por último há o Chega, que está a crescer “em grande medida, à custa do descontentamento com PSD e CDS, que têm eleitores que acham que estes dois partidos não fazem boa oposição.”

Relativamente ao facto de o embaixador dos Estados Unidos em Portugal ter dito ao Expresso que Portugal ia ter de escolher entre a China e os Estados Unidos, Marques Mendes classificou as declarações como uma “ameaça, chantagem e ultimato a Portugal”. Mendes chamou mesmo “mini-Trump” ao embaixador.

ZAP //

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