Santana Lopes admite ser candidato do PSD nas autárquicas (“se houver juízo”)

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José Sena Goulão / Lusa

Pedro Santana Lopes

Pedro Santana Lopes admite voltar à vida política e para ser candidato pelo PSD nas próximas eleições autárquicas, mas só “se houver juízo” para que sejam “adiadas por seis meses”. Pelo meio, pisca o olho a um eventual apoio do CDS numa coligação de centro-direita.

“Para os portugueses não fez sentido eu apresentar-me por outro partido”, analisa Santana Lopes em entrevista ao Diário de Notícias (DN), referindo-se à experiência como líder do Aliança, o partido que fundou em 2018 e que deixou neste mês de Janeiro.

Agora, diz que está “a respirar fundo” como “um cidadão independente” depois do que define como “um processo muito duro e exigente, até doloroso“, e que lhe exigiu “muita coisa interiormente, esforço físico e até financeiro na saída do Aliança”.

Há muita gente do PSD a pedir-me e a escrever-me todos os dias, o que me sensibiliza muitíssimo, e onde leio “volte a casa” ou “tens de voltar a casa”“, conta ainda Santana Lopes que admite concorrer pelos sociais-democratas nas próximas autárquicas.

Mas para ser candidato têm de o convidar e “as eleições autárquicas devem ser adiadas”, defende, frisando que está em causa a campanha eleitoral que exige aos candidatos que corram “as capelinhas todas”, o que “é impossível nas circunstâncias actuais [de pandemia] e que são previsíveis para os próximos meses”.

“Eu é que nestas circunstância nunca seria candidato”, mas “em circunstâncias normais, sim”, nota. “Não porque precise, é por gosto! Fui presidente de Câmara e vereador em Lisboa por gosto”, realça, salientando que foi “o trabalho na vida política” de que mais gostou entre os vários cargos que já desempenhou.

É fantástico o trabalho autárquico! Por essa razão admito que isso volte a acontecer, ser candidato a uma Câmara, se houver juízo”, reforça.

Mas Santana Lopes trata de notar que está “muito calmo e sereno” e sublinha que não vai “pedir a ninguém para ser candidato seja onde for”. “Se houver essa hipótese é porque têm de me convidar”, nota, acrescentando que quando o “desafiam e apresentam projectos mobilizadores” é-lhe “difícil recusar”.

Possível candidatura do centro-direita

Santana Lopes também admite poder vir a contribuir para a união do que define como o centro-direita, no que pode ser visto como um piscar de olhos a uma coligação PSD/CDS.

Este é o “momento de rassemblement [união]” do centro-direita, defende, considerando que é tempo “de juntar, unir forças”. “E eu quero contribuir para isso, com intervenção política como cidadão. Logo se vê a que título”, nota.

Do lado do CDS, Adolfo Mesquita Nunes anunciou a sua candidatura à liderança do partido, admitindo também a possibilidade de haver uma “coligação da direita democrática” para “ganhar Lisboa”.

Quanto ao tema Chega, Santana Lopes defende que o PSD “fez bem nos Açores”, no âmbito do acordo de Governo Regional com o partido de André Ventura.

“Se o Bloco tem de apoiar, o Chega tem de apoiar, se for a bem de Portugal e se não se aplicarem medidas que não aceitamos no campo dos princípios e valores, então é de aceitar”, considera, não fechando portas ao Chega.

“Devia existir um governo de salvação nacional”

Na entrevista ao DN, Santana Lopes também defende que, neste tempo “tão grave” que atravessamos, “devia existir um governo de emergência nacional, respeitando os resultados das eleições legislativas”.

“Na altura da maior crise que houve até hoje nas nossas vidas, porque simultaneamente é sanitária, económica e social, somos originais como sempre, o único país que tem um governo minoritário”, aponta.

Santana Lopes entende que “o partido que está no governo” tem pela frente “uma tarefa hercúlea” e destaca que os da oposição “não se podem pôr fora desse esforço” e devem concentrar-se “no essencial” e em “convergirem esforços”.

“Em circunstâncias normais, os Governos têm de ter maioria para não perderem tempo em negociações difíceis como foi agora no Orçamento do Estado”, analisa, concluindo que “a situação que vivemos justificaria um governo de salvação nacional ou de emergência nacional”.

Lembrando os tempos em que foi primeiro-ministro, Santana Lopes realça que “é muito difícil estar no Governo numa altura destas” e conclui que os governantes actuais “têm feito, com certeza, o melhor que podem e sabem“, mas “com erros grandes”.

 

Susana Valente, ZAP //

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18 Comments

  1. Recentemente tirou um curso em com gritar em público e o nosso palhaço-mor está pronto para assumir as rédeas.
    Graças a Deus temos o Sacana Lopes para nos lembrar da excelente qualidade de governação do seu conhecido one-man-show.
    Ele será uma força de união entre as faixas rivais.
    Sic

  2. Este “rapaz” põe-se sempre a jeito para tudo.
    Só do que me lembro:
    Primeiro com Cavaco Silva era ajudante de ministro e quis passar s ministro. Viu -se o resultado.
    Segundo quiz ser o primeiro dos ministros, deixou a CM de Lisboa. Pôs-se a jeito com algumas barracadas e o Sampaio fez-lhe a folha.
    Agora diz “nim”. Já há uns anos que não aparecia. Eu vou…mas teem de me empurrar e à data das eleições.
    Um verdadeiro artista este Lopes.

  3. Entrou como um leão num novo partido e saiu como um sendeiro!
    Agora quer um tacho no partido a que disse adeus, que pelos vistos não era definitivo! Enfim, um troca-tintas!
    Se Rui Rio aceitar apoiar a candidatura a este parasita enjeitado, nunca mais votarei no PSD nem sequer a minha família!

  4. (Se houver juízo) É quanto a mim o que lhe falta a ele, mas talvez sobretudo dignidade e transparência, doença que afeta muitos políticos! Então o tal partido que inventou parece não ter convencido ninguém e agora tem o desplante de querer voltar ao PSD? Troca tintas e tachista sem vergonha é o que ele é!

  5. Este homem dá credibilidade à política portuguesa, faz e desfaz de tudo para ter um pouco de poder e protagonismo e ainda manda os outros ter “juízo”. Mas os meios de comunicação gostam disso e estão sempre a puxa-lo para a ribalta.
    Mais um péssimo exemplo para o povo, neste país pouco decente.

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