O fundador e ex-presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, desfiliou-se do partido que fundou em 2018, justificando que “chegou o momento” de sair, anunciou aquela força política.
“A Comissão Executiva do Aliança tomou conhecimento no domingo à noite do pedido de desfiliação do militante e fundador do partido, Pedro Santana Lopes”, anunciou o partido em comunicado.
De acordo com a Aliança, o antigo primeiro-ministro endereçou uma carta ao presidente do partido, Paulo Bento, na qual “assumiu que chegou o momento da desfiliação, sublinhando que é um momento de uma intensidade emocional grande”.
O comunicado refere que Pedro Santana Lopes considerou que o futuro da Aliança “só poderá existir” sem si e argumentou que “é assim por várias razões, sendo a principal a identificação que a generalidade dos portugueses faz” de si com o PSD, partido que também liderou.
“Pedro Santana Lopes afirma que deu tudo aquilo de que era capaz e pede desculpa por não ter conseguido melhores resultados”, prossegue a nota. A Aliança aponta ainda que o fundador indicou que “um partido não é de ninguém, é dos seus militantes”, deixando-lhes “o reconhecimento e orgulho” por terem “lutado juntos por Portugal”.
Pedro Santana Lopes saiu do PSD em 2018 para fundar o partido Aliança, de onde se desvinculou já este ano, depois do segundo Congresso, a 26 de setembro.
A Aliança nunca conseguiu afirmar-se desde o seu nascimento. Em setembro de 2018, falhou em eleger um eurodeputado nas europeias. Em 2019, também não conseguiu eleger nenhum deputado à Assembleia da República. Face aos resultados, Santana colocou o seu lugar à disposição do Senado, que, não obstante, manteve a confiança no ex-PSD.
Santana Lopes já tinha dado pistas que estaria a ter dificuldades em conciliar a sua vida política com a sua vida profissional. Em junho, pediu para suspender as suas “funções executivas” na liderança do partido pelas mesma razões de agora.
No final de novembro, Paulo Bento, recém-eleito presidente do Aliança, e Rui Rio, líder do PSD, encontraram-se para discutir a possibilidade de os dois partidos concorrerem coligados nas eleições locais de 2021, no âmbito de um eventual entendimento que pode também envolver o CDS.
ZAP // Lusa