“A quem compete propor ao Governo as personalidades para chefiar missões” diplomáticas é o Governo, referiu Augusto Santos Silva, acrescentando que Sampaio da Nóvoa será o “único embaixador político” português.
O ministro dos Negócios Estrangeiros frisou esta quarta-feira que quem escolhe os embaixadores é o Governo e “não uma classe profissionais”, referindo-se à Associação de Diplomatas, acrescentando que Sampaio da Nóvoa, nomeado para representar Portugal na UNESCO, será o único “embaixador político” português.
Questionado sobre as críticas da Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses à escolha do professor universitário para chefiar a representação permanente de Portugal junto da UNESCO, Augusto Santos Silva afirmou que “a nomeação de embaixadores que não são diplomatas, na tradição portuguesa, é absolutamente excecional“.
Segundo o Diário de Notícias, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu também que “a tradição portuguesa é reservar ou apenas indicar os chamados embaixadores políticos para organizações multilaterais como o Conselho da Europa, OCDE ou a UNESCO” e, “quando o têm feito vários governos, os resultados têm sido positivos”.
O professor Sampaio da Nóvoa será assim o “único chefe de missão que não é diplomata”.
Em relação às críticas da Associação de Diplomatas, que contestou a nomeação do professor universitário e pediu ao Governo para reconsiderar esta nomeação, Augusto Santos Silva disse que a “opinião é livre“, mas aponta o dedo à autoridade para o fazer.
“Lamento, mas a quem compete propor ao Governo as personalidades para chefiar missões é a mim próprio e o Governo depois propõe ao Presidente da República. É o Estado que escolhe os seus representantes, não é uma classe profissional”, sublinhou.
Além disso, Santos Silva rejeita por completa a ideia de que esta contestação pode prejudicar o desempenho de Sampaio da Nóvoa naquele cargo. “Um embaixador ou embaixadora responde é perante o Governo, não responde perante os seus pares”, frisou.
Santos Silva deixou claras as razões pelas quais Sampaio da Nóvoa foi o escolhido. “É uma autoridade internacionalmente reconhecida na educação e na ciência; tem experiência de gestão, de empenhamento cívico, de participação política, designadamente como reitor da Universidade de Lisboa, e porque ele próprio conhece pessoalmente o trabalho da UNESCO”, disse.
“Não podíamos fazer melhor escolha“, concluiu o ministro.