O advogado do jovem alegadamente agredido em Ponte de Sor por dois irmãos iraquianos anunciou que, esta quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) ouviu esta quarta-feira Rúben Cavaco que continua a recuperar “favoravelmente” das agressões.
“O Rúben Cavaco foi ouvido hoje de manhã pela PJ. As faculdades do Rúben, nos últimos dez dias, têm evoluído favoravelmente e, inclusivamente, tem estado a recuperar a própria memória“, disse o advogado Santana-Maia Leonardo, esta quarta-feira, em declarações à agência Lusa.
De acordo com o advogado, Rúben Cavaco “está a recuperar a sequência de linguagem, de raciocínio e da própria memória mais próxima”.
No dia 17 de agosto, Rúben Cavaco, de 16 anos, foi agredido em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, alegadamente pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, gémeos de 17 anos.
O jovem alentejano sofreu múltiplas fraturas, tendo sido transferido no mesmo dia do centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo chegado a estar em coma induzido. O jovem acabou por ter alta hospitalar a 2 de setembro.
Imunidade diplomática
Os dois rapazes suspeitos da agressão são filhos do embaixador iraquiano em Portugal, Saad Mohammed Ali, e têm imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou na sexta-feira que o levantamento da imunidade diplomática dos filhos do embaixador do Iraque, envolvidos em confrontos, é um “tema essencial” a abordar com o seu homólogo do Iraque numa reunião ainda este mês.
Portugal pediu, a 25 de agosto, o levantamento da imunidade diplomática dos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, na sequência das agressões a um jovem de Ponte de Sor, e solicitou, na semana passada, urgência na resposta das autoridades iraquianas, que responderam que o farão “no tempo adequado”.
Questionado pela Lusa, Santos Silva recordou que está prevista uma reunião com o seu homólogo iraquiano, à margem da próxima assembleia-geral das Nações Unidas, que decorre de 20 a 26 deste mês na sede da ONU, em Nova Iorque.
Este será, “para a parte portuguesa, um tema essencial”, garantiu.
Questionado de que forma o executivo português vê a demora na decisão do Iraque, o ministro esclareceu que “não há um prazo fixo marcado nem na lei nem na praxe diplomática para a tramitação deste tipo de pedidos”.
“Confiamos que as autoridades iraquianas formem a sua opinião e tomem a decisão tão depressa quanto possível”, afirmou.
/Lusa