O presidente do PSD justificou a sua recandidatura à liderança, esta quarta-feira, pela “obrigação” de colocar o interesse do país e do partido à frente da sua vida pessoal.
No final de uma audiência com o Comité Olímpico de Portugal, Rui Rio foi questionado sobre as razões da sua recandidatura, anunciada na terça-feira em comunicado, dizendo que lhe é “completamente indiferente” a avaliação de quem pode estar ou não em vantagem neste momento.
“Isto tem a ver com as convicções e com aquilo que é a minha obrigação. Tenho obrigação ou não tenho obrigação? Tenho obrigação de olhar para a minha vida pessoal e para o que acarreta um esforço pessoal desta função e da candidatura a primeiro-ministro ou colocar em primeiro lugar, não a vida pessoal, mas o país e o partido”, explicou.
Na sua ponderação de fatores, o presidente do PSD chegou à conclusão de que “não era facilmente entendível pelos portugueses e pelos militantes” que dissesse “chega”.
“A maioria não entenderia e, de certa forma, exige-me, com alguma razão, que esteja disponível para esse lugar”, afirmou.
Desafiado pelos jornalistas a dizer se entende ter apoio para voltar a vencer, Rio foi categórico: “Claro que tenho”, respondeu.
E questionado sobre uma alegada vantagem do outro candidato já assumido, o eurodeputado Paulo Rangel, em termos de apoios de estruturas, o líder social-democrata desvalorizou essas contas e disse que isso “não vale nada”.
“Quem vai decidir é o militante. Cada militante lá pensará e dirá gosto mais do A, gosto mais do B, gosto mais do C. Haverá alguns que não sabem e dirão ‘diz-me lá em quem votas’, mas a maioria são homens e mulheres livres que irão votar em função do que é melhor para o país e não naquilo que alguém os manda votar”, afirmou.
O presidente do PSD vai apresentar publicamente a sua recandidatura esta sexta-feira, ao final da tarde, na cidade do Porto.
“A apresentação estava inicialmente prevista para amanhã, quinta-feira, em Lisboa, como seria normal, mas foi entendido como mais oportuno, nas atuais circunstâncias políticas internas, fazê-lo na cidade do Porto“, justificou a candidatura.
Recorde-se que o líder do PSD viu a sua proposta de adiamento das diretas ser chumbada no Conselho Nacional da semana passada, tendo 71 conselheiros votado a favor da marcação das eleições para 4 de dezembro, a data preferida por Paulo Rangel, que oficializou a sua candidatura no mesmo Conselho. Apenas 40 conselheiros apoiaram Rio.
ZAP // Lusa