O líder do PSD afirmou, esta quarta-feira, que o ministro do Ambiente se mantém no Governo porque “mentir” e “faltar à verdade” não é para o primeiro-ministro “muito grave, é normal”.
No final da audiência com o Presidente da República sobre o estado de emergência, Rui Rio foi questionado se entende que o caso da venda de seis barragens pela EDP já deveria ter tido consequências políticas.
“É muito difícil responder a isso, sempre disse que compete ao primeiro-ministro decidir se os seus ministros continuam em funções ou se saem, só posso dizer como atuaria se eu fosse primeiro-ministro”, começou por dizer.
“Nesta circunstância, penso que o mais provável – depois do que aconteceu com o ministro Eduardo Cabrita, depois do que aconteceu com a ministra da Justiça – é que o primeiro-ministro mantenha também em funções o ministro do Ambiente porque mentir, faltar à verdade não é para o primeiro-ministro muito grave, é normal”, criticou.
“Tenho de admitir que no Governo dele seja normal, no meu não seria”, assegurou Rio, acrescentando não antecipar uma “atitude diferente” quanto ao ministro João Pedro Matos Fernandes.
“Então tinha de os mandar todos embora. Eu sinceramente acho isto intolerável, à medida que o tempo avança outros ministros se sentirão à vontade para fazer o mesmo”, acrescentou.
Questionado sobre a chamada do presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ao Parlamento, Rio disse que é “fundamental que explique o que é que o levou a alterar o parecer técnico da autora”.
Segundo Rio, citado pelo jornal online Observador, a “sustentação do parecer técnico da APA é clara quanto à impossibilidade e às dúvidas do valor das barragens que estamos a falar”, mas o social-democrata nota que depois foi “dada a volta por cima, com retoques políticos” desse parecer.
O líder do PSD acusou ainda o Executivo de, nos últimos dias, condicionar o canal público. “Põem a RTP a dizer que a empresa, que foi criada com um funcionário, foi com 28 funcionários. Tenho o documento a dizer que foi só um”, apontou Rui Rio, acrescentando que há “um esforço incrível da parte do Governo em baralhar, mentir, para que as pessoas não percebam nada“.
ZAP // Lusa