André Ventura admite avançar contra Rui Rio caso este seja o único candidato. Mas três outros nomes se levantam: Montenegro, Rangel e Santana Lopes entre os apontados à corrida.
Em entrevista ao jornal i esta quarta-feira, André Ventura teceu duras críticas ao ex-autarca do Porto, que deverá avançar pela liderança dos sociais democratas, com a saída de Pedro Passos Coelho.
Apesar de ter perdido nas eleições autárquicas para a CDU, André Ventura foi dos poucos a conseguir resultados melhores do que os das últimas eleições, em 2013. Por isso, disse ao partido que “pusesse os olhos” nos resultados da sua retórica em Loures, “os melhores resultados dos últimos 20 anos”.
Agora, o candidato derrotado, que começou por ser apoiado por uma coligação PSD/CDS, mas que acabou só com o apoio do PSD, já que o CDS retirou o apoio, devido às declarações por muitos consideradas racistas, promete agora agir contra Rui Rio, se for este o único candidato à liderança do PSD. “Estou disponível para avançar caso ninguém avance contra Rui Rio”.
Para Ventura, Rio não é alternativa, já que terá “um discurso que se confunde com o do governo” e que “não serve o melhor interesse do Partido Social Democrata”.
Quem, por outro lado, poderá servir o melhor interesse será Luís Montenegro, uma candidatura que “faria todo o sentido”, aponta o candidato derrotado em Loures.
André Ventura quer ainda eleições “primárias abertas a militantes e simpatizantes para que a escolha tenha efetivamente legitimação social ampla”. E garante ainda estar “certo de que Rui Rio não temerá eleições primárias no PSD e aceitará ir a jogo, num debate aberto à sociedade”.
Para já, depois de Passos confirmar que não se irá recandidatar à liderança do partido, o nome de Rui Rio é o mais falado. Mas outros nomes começam a ser ouvidos, como o de Paulo Rangel, Luís Montenegro, e até Santana Lopes.
Dos três, Luís Montenegro será o que mais dificilmente entra na corrida. No Conselho Nacional do PSD, Montenegro reforçou os rumores que por aí corriam e contavam que este não se candidataria à sucessão de Passos.
Ao fazer um discurso de elogio ao ainda líder dos sociais democratas, que não trazia uma única linha que pudesse ser lida como um sinal de que estará disponível para se candidatar à liderança do PSD, as dúvidas praticamente dissiparam-se, apesar da pressão à volta deste que é apontado como um dos principais nomes para a sucessão de Passos, lê-se no Expresso.
No entanto, logo a seguir, entrou “em campo” um nome que já se fazia ouvir, mas que ainda não era claro. Assumindo uma posição quase oposta à de Rui Rio (que é apontado como o social-democrata que mais facilmente pode chegar a entendimentos com António Costa) o eurodeputado Paulo Rangel elogiou Passos, mas mais do que isso, falou no futuro do PSD.
“O PSD nunca poderá renunciar à oposição“, disse Rangel, não renegando “estes anos” – numa referência à liderança de Passos Coelho.
Mas foi quando o eurodeputado recusou explicitamente reinventar o Bloco Central, que a sala foi ao rubro, irrompendo num enorme aplauso, naquilo que o Expresso aponta como uma “resposta direta a Rui Rio”.
No entanto, além do de Rangel e de Montenegro, há um outro nome que, não saindo da penumbra, também não se fica por lá.
Na terça-feira à noite, ao comentar, na SIC Notícias, a anunciada não recandidatura de Passos, Pedro Santana Lopes alertou para a possibilidade de haver surpresas até porque, para já, ainda está tudo em aberto.
O próprio provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa admitiu que, neste momento, há que “ponderar, obviamente” uma candidatura à liderança.
“Pode surgir alguém inesperado e não ser nenhum dos nomes já aventados”, assumiu Santana. “Consenso não há rigorosamente nenhum e não vai haver só um candidato“, afirmou o ex-líder.
Os abutres já andam a pairar.