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Ricciardi vende acções do BES, Salgado abandona BESI

Isabelmariapinto / Wikimedia; D.R. / bes.pt

José Maria Ricciardi e Ricardo Salgado

José Maria Ricciardi e Ricardo Salgado

O administrador do Banco Espírito Santo (BES) José Maria Ricciardi alienou 41.900 das 42 mil ações do banco que tinha em carteira a um preço médio de 0,86 euros por título, encaixando 36 mil euros.

“José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi alienou no passado dia 23 de junho, em sessão de bolsa, 41.900 ações do BES ao preço médio de 0,86 euros”, lê-se no comunicado divulgado esta terça-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O documento acrescenta que, “após esta transação, o referido administrador passou a deter 100 ações do BES”. Ricciardi tinha adquirido 12 mil ações no âmbito da recente operação de aumento de capital social do BES, conforme foi tornado público na segunda-feira.

Ainda ontem, também o Banco Espírito Santo de Investimento comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a saída de Ricardo Salgado do conselho de administração do banco.

“Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 4.º do Regulamento da CMVM n.º 5/2008, o Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (“Banco”) informa que o Senhor Dr. Ricardo Espírito Santo Silva Salgado apresentou a sua renúncia ao cargo de Presidente do Conselho de Administração do Banco”, lê-se no comunicado enviado à CMVM.

Ricciardi dedica-se ao BES Investimento

No mesmo dia em que vendeu praticamente toda a carteira de títulos do BES que detinha, José Maria Ricciardi, que além de administrador do BES é o presidente do BES Investimento, tinha emitido um comunicado revelando que vai sair de todos os órgãos sociais das empresas do Grupo Espírito Santo (GES) para se dedicar em exclusivo ao banco de investimento.

“Tendo prevalecido um projeto alternativo [no BES] para o qual não fui chamado a intervir, não se justifica que continue a participar nos órgãos sociais das empresas do Grupo [GES], mas impõe-se, sim, que me dedique em exclusivo ao programa de futuro traçado pelo Banco Espírito Santo de Investimento, que já mereceu a adesão de princípio do Banco de Portugal”, anunciou o gestor numa declaração enviada à comunicação social.

E reforçou: “Posso contribuir de forma mais incisiva para a estabilidade e valorização do Grupo, concentrando toda a minha atividade no projeto de aumento de capital e consequente expansão do banco de investimento a que presido”.

No mesmo comunicado, Ricciardi tornou público que teve a possibilidade de passar a liderar o setor financeiro do GES (que conta com o BES e a seguradora Tranquilidade entre os principais ativos), algo que recusou, ao mesmo tempo que deu conta de que não participou na elaboração do novo modelo de governação do banco proposto a 20 de junho último pelo principal acionista, o Espírito Santo Financial Group (ESFG).

Mudanças necessárias

Estas mudanças, caso sejam aprovadas pelos acionistas na reunião magna agendada para 31 de julho, implicam a saída de Ricardo Salgado da presidência executiva do BES, passando o testemunho ao atual administrador financeiro, e seu braço-direito, Amílcar Morais Pires.

Recorde-se que Ricciardi era apontado como possível sucessor do seu primo Ricardo Salgado na liderança do BES.

Já no dia 25 de junho, o BES afastou a possibilidade de uma mudança da estrutura acionista ou do capital do BES Investimento, apesar de Ricardo Salgado, que na altura ainda era presidente do BESI, ter dito que quer avançar com um aumento de capital através de uma parceria internacional.

“O Banco Espírito Santo [BES] esclarece que não está a apreciar nenhuma operação de alteração da estrutura acionista ou do capital da sua subsidiária Banco Espírito Santo de Investimento, da qual detém 100% do capital”, anunciou a instituição ainda liderada por Ricardo Salgado.

/Lusa

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