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Remodelação à vista (com saídas e trocas de pastas por “um Governo de combate”)

Tiago Petinga / Lusa

Pedro Nuno Santos, Antonio Costa, Augusto Santos Silva: o núcleo duro do Governo no Parlamento

O Governo de António Costa tem pela frente um mês de Julho decisivo que ficará marcado pela chegada dos fundos da bazuca europeia. E há dirigentes socialistas que acreditam que o primeiro-ministro deve aproveitar a altura para promover uma remodelação no Executivo.

Essas possíveis mudanças serviriam para assinalar um novo ciclo no Executivo, com a chegada dos fundos europeus para o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

A necessidade de concretizar as medidas e de aplicar com eficácia a bazuca europeia é apenas uma das motivações que leva alguns dirigentes socialistas a defenderem a remodelação “o mais rápido possível”, como apurou o Expresso.

O semanário lembra que Julho é um mês decisivo que será marcado, além da bazuca europeia, pelo Congresso do PS que deverá reeleger Costa como secretário-geral, e pelo fim da presidência da União Europeia (UE).

Assim, para marcar o arrancar de um novo ciclo, vozes socialistas defendem uma remodelação “a fundo” do Governo.

“É preciso um Governo de combate para executar fundos e preparar o partido para a segunda metade do mandato e para ir a legislativas, com ou sem António Costa”, aponta um dirigente de topo ao Expresso.

A ideia será apostar num “Governo com caras vocacionadas para lançar obra“, sustenta o mesmo jornal.

Assim, surge a possibilidade de Costa mexer nas pastas de Pedro Nuno Santos e de Nelson de Souza, respetivamente as Infraestruturas e o Planeamento, áreas que vão receber uma boa fatia dos fundos.

Mas também pode nascer uma pasta “mais executiva” para concretizar obras públicas que seria liderada por Duarte Cordeiro, actual secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (AP), prevê o Expresso.

Outro processo importante prende-se com as negociações com a esquerda para o próximo Orçamento de Estado.

Nesse âmbito, Costa vai precisar de uma figura capaz de liderar um braço-de-ferro que se adivinha difícil com Bloco de Esquerda e PCP. “Tem de ser alguém que dê garantias que consegue o Orçamento”, aponta uma fonte ao Expresso.

Na calha para sair, estão Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna que tem estado envolvido em várias polémicas, com a oposição a pedir sucessivamente a sua demissão, e Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros que já deu a entender que quer deixar o Governo após o fim da presidência portuguesa da UE.

A saída de Matos Fernandes, ministro do Ambiente, é outra das possibilidades. Mas também Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, e Marta Temido, ministra da Saúde, podem ter os dias contados no Executivo. No caso de Temido por uma questão de exaustão após um longo combate à pandemia.

Por outro lado, Costa pode optar por trocar governantes entre pastas. Neste caso, Mariana Vieira da Silva, Pedro Siza Vieira e Duarte Cordeiro são os principais trunfos, fruto da sua “flexibilidade”, como destaca o Expresso.

Certo é que há dirigentes socialistas que acreditam que Costa deve traçar uma remodelação como uma “marca simbólica da mudança de ciclo” já neste Verão.

ZAP //

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