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Relação mantém Sócrates na prisão por indícios de alteração e ocultação de provas

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José Sena Goulão / Lusa

Ex-primeiro ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

Ex-primeiro ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

Segundo acórdão, que manteve José Sócrates preso em julho, revelou novos esquemas para ocultar a origem do dinheiro trocado entre o ex-Primeiro-ministro e o amigo Carlos Santos Silva. Entre as provas estão faturas de viagens e hotéis, assim como quadros valiosos que se encontravam escondidos.

No segundo acórdão do Tribunal da Relação, que em julho manteve José Sócrates preso, constam novos dados sobre esquemas entre o ex primeiro ministro e o amigo Carlos Santos Silva para ocultar a origem do dinheiro, avança a edição desta sexta feira do jornal Sol.

Em causa estão faturas de viagens e hotéis, primeiro emitidas em nome de Sócrates e que posteriormente aparecem em nome do amigo, bem como a aquisição de quadros valiosos pelo empresário.

Terá sido na sequência destes indícios que o Tribunal da Relação decidiu manter o ex primeiro ministro em prisão preventiva, por tentativa de ocultação e alteração de provas.

De acordo com o semanário, o esquema terá sido detetado durante a Operação Marquês, já depois de Sócrates ter sido preso, em investigações a agências de viagens e hotéis como o grupo Top Atlântico e o hotel Sheraton Pine Cliffs, em Albufeira.

Durante as viagens, as faturas seriam primeiro emitidas em nome de Sócrates e, depois de serem anuladas pela agência de viagens e substituídas por uma nota de crédito, a agência emitia novas faturas que seguiam em nome de Santos Silva ou de uma das empresas do amigo. Só aí as despesas eram pagas.

Entre 2009 e 2014, as faturas em causa indicam um gasto total em viagens e estadias que chega a 350 mil euros.

Sócrates, que foi primeiro-ministro de 2005 a 2011, exercia o cargo nos dois primeiros anos desse período.

Os registos do hotel chegam a dizer que os pagamentos foram feitos “em numerário, por vezes de quantias próximas dos 10 mil euros”, conta o Sol.

O caso da aquisição de quadros valiosos é outra prova que faz com que Sócrates continue preso.

De acordo com o jornal, a aquisição de quadros com grande valor por Santos Silva à galeria de arte Antik Design, em Lisboa, que depois foram encontrados na casa de Sócrates, na rua Braamcamp.

Para não serem encontradas, algumas dessas obras chegaram mesmo a ser desviadas para a casa da empregada da mãe de Sócrates.

Em 2011, a aquisição desses quadros atingiu o valor de 197 mil euros.

Fernando Estrela e Guilherme Castanheira, os juízes da Relação presentes no acórdão citado pelo Sol, disseram que não acreditavam “minimamente no argumento da amizade”.

ZAP

16 Comments

  1. E ainda vem para os jornais alegando ser vitima de de uma monstruosidade da justiça. Agora sabemos como eram geridos os dinheiros públicos quando este artista era PM. Fazia vida de milionário com que bens? Os públicos (dinheiro do contribuinte português, que era roubado) está visto.

  2. Que continue. Mas LOUREIRO, LIMA, SALGADO, COSTA e o amigalhaço destes e outros, ONDE ESTÃO? AFINAL ROUBARAM OU FIZERAM DESAPARECER MIL VEZES MAIS DO QUE ESTES. JUSTIÇA?.. hahahahahaha.

    • Já percebi que o caro companheiro de forum Cá do Planalto é de opinião que não se deve prender ninguém. É fartar vilanagem até que este Portugalzinho, pleno de cidadãos Cá do Planalto, fique, de novo, à beira da BANCARROTA. Depois cá estarão os mesmos para pagar a factura dos sublimes ‘manjares’ de alguns. (Declaração de interesses: Desde que o partido liderado por este senhor assinou o memorandum, deixei para pagar os estragos, em media, 401 EUR mensais. Divulgou-se na imprensa e até agora não foi desmentido, que cada português contribuiu em media, durante este dificílimo período de recuperação, 550 Eur anuais. penso que fica tudo muito claro quanto a esta Républica de cidadãos Cá do Planalto)

      • Foi forte, não foi feio…Pudera, chegar lá tão alto ao varandim de onde falam, até lhes adivinho os botões de punho!
        Não sabem que os outros ‘nomeados’ estão nas condições previstas e tidas por adequadas perante a justiça, diferenciando-se pelas molduras penais segundo tipificação dos crimes potencialmente cometidos… Para aqueles do varandim, a ´força’ judicial em democracia, ou é tudo ‘varrido’ à sócrates ou então ninguém… Não sendo capazes de diferenciar molduras criminais em “jogatanas comerciais” entre clientes e bancos, banqueiro e clientes de outras de punhos de renda, de extrema complexidade, cujo modus operandi sofisticado dá-lhe características de “extrema complexidade” para a investigação, aliás, e como tudo indica, a tal extrema complexidade do processo mãe vai ter filhos – Extraídas certidões.

  3. Incrível como o zé povinho é manipulado, é o cumulo como se pode manter um cidadão na prisão cerca de um ano sem lhe dizer de que é culpado, se isto acontece a um cidadão com notoriedade, nem quero imaginar ao cidadão anónimo que cai nas malhas desta chamada justiça, perde tudo o que tem e o que não tem, culpados são… este povinho para quem basta novelas e futebol e conversa de café, entretanto vão todos convencidos a votar que vão influenciar alguma coisa, coitadinhos, parecem cordeiros na fila para o matadouro desta chamada justiça.

    • Não é que achasse haver certa exclusividade dedicada a ‘boys’. O género para a qui chamado seria, isso sim, um aparvalhado momento se houvesse perolas para atirar. Como não há e aquela espécie não os tolera, seriam de todo, o gesto e as ditas, perdidas por nada.
      Ainda assim, o manifesto desconhecimento que revela podia dar para qualquer outra coisinha menos aparvalhada! Olhe. Não se acanhe perante o seguinte questionário de enquadramento genérico. Responderei por si:
      1- Um detento deve ser acusado de imediato? Sim
      2- Nem sempre é possível? Sim
      a- Qual o tempo? Até 3 meses
      b- Se for de ‘extrema complexidade’? Até 9 meses para a “gestação da acusação
      3- Pode continuar preso? Sim até 3 anos e decorrido o julgamento é-lhe descontado à pena aquele tempo de detento

  4. Chamo à atenção para uma “grande Gafe” descrita neste artigo e que é importante e urgente corrigir pois altera completamente o sentido da noticia, deixando inclusivamente de fazer sentido!
    José Socrates foi Primeiro-ministro de Portugal entre 2005 e 2011 e não entre 2009 e 2014 como está escrito no artigo.
    O Cientista.

    • Caro O Cientista,
      Tem toda a razão, o texto estava construído de forma dúbia.
      Foi corrigido de forma a clarificar que o período a que dizem respeito as faturas é de 2009 a 2014, e que o José Sócrates foi primeiro-ministro de 2005 a 2011.
      Obrigado pelo seu reparo.

  5. O povo continua louco, por vezes atormentado ou adormecido!!!!
    Depois de se saber o que o ex-PM nos fez, como é possivel ver comentários como os que aparecem?
    Quero lá saber quem trouxe as noticias a publico, se foi o jornal A ou B.
    Preocupa-me sim quem anda/ou esbanjar os nosso dinheiro.
    Porquê tanta manobra que o zé fez com o dinheiro para nos vir dizer que não era rico?
    Necessitava de comprar fosse o que fosse em nome de terceiros? Qual o medo de utilizar a sua própria identidade?
    BASTA….

  6. Quando leio alguns comentários acerca do EX. PM, dá-me vontade de rir, porque só se faz contas ao valor das “luvas”, que representa uma pequena percentagem da comissão paga em relação aos montantes dos negócios em que esteve envolvido e que nos levou a beira da BANCARROTA. Só me arrependo de não ter seguido carreira politica, formava-me em ladrão e ainda era admirado pelo povo…

  7. “…os juízes da Relação presentes no acórdão citado pelo Sol, disseram que não acreditavam “minimamente no argumento da amizade”. Estes juízes, se não apresentam provas concretas, só podem acreditar!! A Justiça continua à solta a informar jornais com ideias pessoais dos juízes!!

  8. Alto e pára o ‘bailarico’… Vai dar entrada um novo recurso da defesa de José Sócrates.
    Um dos Srs Juízes sorteado é exatamente, sem pôr, sem tirar, de seu nome RANGEL… E digo-vos mais, sem conflito de interesses pese embora as opiniões emitidas em círculos de comentador – televisões – contra os juízes do processo e posso garantir, contra outros mais de 30 que já se ‘pronunciaram’ no processo de recursos sucessivos…
    Conflito de interesses? Enquanto comentarista ‘afiliou-se’ e agora ‘Julgar em causa afiliada’ ? Haja decoro…
    Afinal é um homem, por acaso um juíz que tem conflitos de consumo (segundo o CM) com a oficina e decide não pagar, ou melhor paga porque o tribunal decide que pagará e depois o ‘estética’ para perda de adiposidade abdominal não paga só depois de um tribunal o condenar a pagar… Decoros particulares.

  9. Depois de tantas e variadas opiniões, algumas demonstrando saber Direito, só posso chegar a uma conclusão: o sr. Sócrates está preso inocentemente. O Procurador Rosário Teixeira não sabe o que faz. O Juiz Carlos Alexandre é um visionário. Os investigadores da PJ e do fisco são uns totós que andam a passar tempo sem nada descobrirem porque, segundo alguns, nada há para ser investigado. Todos os juízes (menos um) nos vários tribunais que julgaram os recursos são uns incompetentes porque nunca deram razão ao recluso que, em vez de querer provar a sua inocência com as cartas que envia aos órgãos de comunicação social, prefere atacar tudo e todos nomeadamente a imagem da justiça em Portugal. Os ”compinchas” deste caso que se encontram sob investigação com termos de identidade e não só, também nada têm a ver com o caso. São também inocentes que só fazem parte do(s) processo(s) para o sr. Sócrates não ficar sem companhia. Coitadinho. Não podemos esquecer como se safou à justa, por obra e graça do Divino acredito eu, dos casos Freeport, Face Oculta onde curiosamente também teve companhias. Para finalizar: todas as autoridades envolvidas neste caso, de magistrados a investigadores, nada tendo para fazer, entretêm-se a denegrir a imagem e o bom nome de quem lhes dá na real gana. Posto isto, palavras p’ra quê????

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