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Reino Unido investe 120 milhões de euros em ferries em preparação para um Brexit sem acordo

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O Governo britânico confirmou este sábado que investiu 108 milhões de libras (120 milhões de euros) adicionais em contratos com companhias de ferris para aumentar as conexões com a Europa continental em caso de um hard Brexit.

O ministério de Transporte assinou contratos com a empresa francesa Brittany Ferryboats, a dinamarquesa DFDS e a britânica Seaborne a fim de aliviar a potencial pressão sobre o porto inglês de Dover se houver uma saída não negociada da União Europeia no próximo 29 de março.

O ministério considera que, em caso de um brexit sem acordo, vai ser necessária mais capacidade para compensar as possíveis retenções de “bens e produtos críticos” causados pelos controles fronteiriços adicionais.

As empresas, contratadas sem concurso público, oferecerão o equivalente a mais 10% de trânsito no estreito de Dover (ou passagem de Calais), e utilizarão os portos ingleses de Poole, Portsmouth, Plymouth, Immingham e Felixstowe.

A ausência de licitação pública foi justificada pelo facto de se tratar de “uma situação de extrema urgência” provocada por “eventos imprevisíveis”. “Esta capacidade extra é um elemento pequeno mas importante do planeamento do ministério de Transporte para um brexit sem acordo”, afirmou um porta-voz desta pasta.

A fonte disse que, embora o Governo queira sair da UE com pacto, o ministério “está ajudando a garantir que o resto do Executivo esteja preparado para todas as possibilidades”.

O Governo britânico decidiu a 19 de dezembro iniciar os preparativos para uma retirada do Reino Unido da União Europeia sem acordo, apesar de ainda manter o objetivo de uma saída consensual com Bruxelas.

A decisão foi adotada durante uma reunião do Governo para avaliar a necessidade de fornecer “prioridade operativa” a um possível Brexit sem acordo, na sequência da indecisão do parlamento em aprovar o acordo negociado entre Londres e Bruxelas.

“Na sequência dos contínuos preparativos para uma saída sem acordo, um Governo responsável necessita assegurar que estamos preparados para essa opção, que não queremos que passe, e estar preparados no caso de suceder”, acrescentou.

“É por isso que o Governo concordou que a preparação para uma ausência de acordo será uma prioridade operativa dentro do Governo, mas a nossa prioridade geral será conseguir um compromisso”, explicou o ministro na altura.

ZAP // EFE

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