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Recusar desinfetar as mãos à entrada da escola pode dar “processo disciplinar”

Manuel de Almeida / Lusa

O ano letivo está prestes a começar, mas este ano de forma um pouco atípica. As escolas já estão prontas para receber alunos, mas vão exigir que cumpram todas as regras sem nenhuma falha, caso contrário há quem garanta que podem haver punições.

Depois de o ministério da educação ter investido mais de 20 milhões de euros em equipamento de proteção contra a covid-19, as escolas parecem agora estar “devidamente dotadas com equipamentos de proteção (máscaras, viseiras, álcool-gel, aventais, luvas) para proteção de alunos, pessoal docente e não docente”, garante Filinto Lima, presidente da Associação Nacional Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.

De acordo com as regras de regresso às aulas, cada escola deve ser capaz de gerir as verbas que lhe foram atribuídas e tomar todas as medidas para que os alunos cumpram as regras de distanciamento. Na entrada dos estabelecimentos de ensino vão estar disponíveis dispensadores de álcool-gel, tal como nas salas de aula, bibliotecas e cantinas.

Em entrevista ao CM, Filinto Lima garante agora que os alunos que recusem fazer a desinfeção das mãos “podem ser alvo de um processo disciplinar”.

Ainda assim, a DGS não tornou obrigatória a medição da temperatura. “No contexto da escola, medir a temperatura não irá identificar muitos casos”, explica Ricardo Mexia, da Associação de Médicos de Saúde Pública, uma vez que “a febre é um sintoma fácil de detetar, pode debelar-se com um antipirético”.

A esta situação acresce ainda outro problema. É que para haver uma medição permanente da temperatura dos alunos, seria necessário colocar “mais funcionários nas escolas e gerar filas e ajuntamentos”, diz Filinto Lima, que também é diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, de Vila Nova de Gaia.

Mais importante do que isso é fazer uma utilização correta da máscara. “Faz todo o sentido; é um complemento. Mesmo que se consiga redistribuir os alunos de forma a manter as distâncias de segurança, o facto de usarem máscara pode ajudar a reduzir a transmissão da doença”, afirma Ricardo Mexia.

Filinto Lima partilha desta opinião. “A máscara é o material mais importante; se o aluno não levar o manual tem falta de material, mas sem máscara não entra na escola”.

Rui Martins, da Confederação Independente de Pais e Encarregados de Educação, explica que “se as escolas garantem que estão preparadas, nós acreditamos”.

Ainda assim mantém-se a preocupação com outros fatores como, nomeadamente com o distanciamento nas refeições das cantinas ou a falta de transportes.

ZAP //

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