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“Paz podre” e “crise de egos”. As reações dos partidos ao caso Centeno

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PSD / Flickr

O líder do PSD, Rui Rio

Os partidos com assento parlamentar comentaram, esta quinta-feira, o recente episódio entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro.

“Mário Centeno não passou a ter condições para continuar. O primeiro-ministro é que assumiu que no seu Governo, ainda que sem condições, um ministro pode continuar a sê-lo, mesmo quando faltam mais de três longos anos para o fim da legislatura… ou quando a força do ministro é superior à do primeiro-ministro”, escreveu Rui Rio no Twitter.

No Fórum TSF, o deputado social-democrata Duarte Pacheco também considerou que o voto de confiança de António Costa no ministro das Finanças é apenas “um golpe de teatro”.

“Toda a gente percebeu que isto é um teatro, uma hipocrisia, uma paz podre. Temos um ministro das Finanças a prazo porque não é conveniente ao primeiro-ministro fazer a sua substituição neste momento”, acrescentou.

No mesmo fórum, a deputada do CDS Cecília Meireles avaliou este recente episódio como “uma telenovela, com uma crise de egos, em que, afinal, aparentemente, acabou tudo mais ou menos resolvido”.

Por isso, para a democrata-cristã o importante agora é definir prioridades, porque “o que não está resolvido é como é que as medidas que o Governo desenhou para ajudar a economia estão a chegar ou não estão a chegar.”

“Desarticulação” e “irresponsabilidade”

Do lado da CDU, o deputado comunista Duarte Alves considerou que esta situação entre Costa e Centeno revelou “desarticulação” dentro do Governo, sobretudo “numa matéria tão importante como esta do Novo Banco”, afirma ao Fórum TSF.

Para o Bloco de Esquerda, nas palavras da deputada Mariana Mortágua, ficou a ideia de que o Governo tem um ministro “a prazo”. A bloquista reiterou que o partido vai propor um novo projeto-lei, apesar do anterior ter sido “sempre chumbado”.

“Não pode haver uma nova injeção no Novo Banco sem que esse assunto seja discutido e votado na Assembleia da República“, esclareceu à rádio.

Por fim, o porta-voz do PAN, André Silva, considera que o Presidente da República não esteve bem ao “comentar” o papel do ministro das Finanças e que o Governo não pode ter em mãos uma crise política no momento em que enfrenta uma pandemia.

“Temos uma imagem junto dos mercados a manter. Esta situação é de uma enorme irresponsabilidade por parte do Governo”, considerou, citado pela TSF, acrescentando que as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa não o espantam, uma vez que faz parte do “namoro” entre Costa e o chefe de Estado.

“Apanharam-nos pelas costas”, diz PS

Em declarações à mesma rádio, o deputado do PS João Paulo Correia reitera a confiança do partido em Mário Centeno e considera que o ministro saiu “reforçado” da reunião em São Bento.

Sobre o pedido de demissão defendido pelo líder do PSD, o socialista diz que “é falso que a bancada do PS não tenha defendido Mário Centeno” e afirma que “Rui Rio não teve coragem de dizer isso lá dentro [no Parlamento]”, aliás, “ninguém do PSD teve coragem de fazer o ataque ao PS lá dentro”.

Apanharam-nos pelas costas, foram declarações abusivas”, diz ainda, acrescentando que “já foram muito os episódios em que se anunciou a saída do ministro das Finanças do Governo” e “todos foram explorados primeiramente pelo PSD”.

ZAP //

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2 Comments

  1. Se fosse só a Paz podre, mas o pior é que os políticos e são ainda mais podres, não tem homens com eles no sitio para fazerem uma limpeza dentro dos seus partidos e renovar,nem falo na justiça que essa ainda mais podre está. Ainda gostava que os partidos explicassem o que é que o País já ganhou com as demissões, já quase há 45 anos que assisto ao folclore de demissões o que depois acontece é só mudarem o penico, mudam as pessoas mas tudo continua igual, nunca fui adepto de demissões mas sou sim adepto que quem faça mal corrija o que fez mal, mas a classe política gosta mais de chafurdar na trampa que apontar soluções e ideias para melhorar o País, são todos bons quando são oposição quando no governo não há diferença são todos farinha do mesmo saco.

  2. Numa altura em que se pedem sacrifícios aos portugueses e muitos já passam fome injectam-se 850 milhões no Novo Banco sendo parte para pagar prémios aos administradores que o continuam a falir. E como forma de desviar a atenção disto simulam um mal entendido entre Costa Marcelo e Centeno aproveitando Costa e Marcelo o momento para se promoverem mutuamente politicamente. Este país é pior que um cancro!

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