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Rainha Rania da Jordânia responde ao Charlie Hebdo com um cartoon

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A caricatura publicada na última edição do “Charlie Hebdo” com uma sátira a Aylan, o menino sírio morto na Turquia, está a gerar uma onda de revolta – e agora até a rainha Rania da Jordânia se manifestou.

O caricaturista e diretor da publicação satírica francesa, Laurent Sourisseau “Riss”, aproveitou o recente alarme causado por abusos sexuais e roubos em massa, na Alemanha, na noite da passagem do ano – e que têm como presumíveis autores requerentes de asilo.

No seu mais recente cartoon satírico, Riss imagina o futuro de Aylan, a criança síria de três anos, que se afogou numa praia da Turquia, caso a sua viagem para a Europa tivesse sido bem-sucedida, e associa-o aos acontecimentos do Réveillon.

O que teria sido o pequeno Aylan se tivesse crescido? Abusador de mulheres na Alemanha”, assinala o desenho, no qual se vê uma imagem da criança, junto a uma outra de dois jovens a perseguirem várias raparigas.

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O cartoon gerou uma onda de revolta em todo o mundo, mas a rainha Rania, da Jordânia, optou por uma abordagem diferente para expressar o seu protesto relativamente à publicação.

Rania pediu ao caricaturista jordano Osama Hajjaj que desenhasse a sua visão alternativa de um possível futuro de Aylan: ao lado do pequeno afogado, uma menino mais velho a usar uma mochila escolar e depois, um médico.

A caricatura foi publicada em árabe, inglês e francês, com a mesma pergunta inicial do jornal francês: “O que teria sido o pequeno Aylan se tivesse crescido?”. E a popular rainha jordana dá a resposta: “Aylan poderia ter sido um médico, um professor, um pai carinhoso”.

A “princesa do povo” Rania Al Abdullah é a esposa do rei Abdullah II e rainha consorte da Jordânia desde 1999. A par da princesa Lalla Salma de Marrocos, é tida como esperança de regeneração das rígidas monarquias do médio oriente e mundo árabe.

Ávida utilizadora das redes sociais, é conhecida pela sua elegância e informalismo, e por ser uma grande defensora de temas relacionados com a educação, saúde, economia e o diálogo intercultural.

Pai do menino reagiu com lágrimas

Abdullah Kurdi, o pai do pequeno Aylan, confessou à AFP que chorou quando viu o desenho do Charlie Hebdo. “Quando vi a caricatura, chorei”, desabafou Kurdi. “A minha família ainda está abalada”, acrescentou.

Em comunicado, o pai de Aylan classificou o desenho de “desumano e imoral”, afirmando que era “tão mau quanto as acções dos criminosos de guerra e terroristas” que causaram mortes e migrações em massa na Síria e em outros países.

Aylan, de três anos, morreu afogado na travessia do mar Egeu entre a Turquia e a Grécia. A sua imagem, morto na praia, percorreu o mundo e provocou uma grande mobilização internacional pelos refugiados que tentam chegar à Europa. O irmão e a mãe de Aylan também morreram na tragédia.

ZAP // Move

8 Comments

  1. Independentemente da interpretação que se atribua ao cartoon publicado no Charlie Hebdo (a interpretação dominante atribui-lhe no mínimo um tremendo mau gosto), a forma inteligente de lhe responder foi a utilizada pela rainha Raina. Eticamente irrepreensível, valoriza a dignidade humana e a paz entre os povos. Parabéns!

  2. Nesse caso p/ evitar este tipo de situações porque razão os países muçulmanos não se junto e acolhem todos os que fogem dos seus países que estão em guerra? Com a atitude acolher todos os “seus irmãos muçulmanos” certamente não se assistia a este tipo de carnificina que estamos a assistir á meses e que estão a empurrar estas pessoas p/ a Europa. Porque razão?? Países muçulmanos hajam em beneficio dos vossos, mais do que ninguém vocês é que devem ser os primeiros a colhe-los. O que se verifica é precisamente o contrario. Deem-lhes um melhor futuro. Porque razão deve ser a Europa? Que nada tem a ver c/ os muçulmanos?

  3. Estou em pleno acordo com o user João Carlos Lopes, desta a França não escapa, por aqui se vê quem são os verdadeiros prevaricadores e que o interesse da França era a guerra, se o IE em vez de 100 vier a matar 500, não contem com a minha solidariedade, com o meu apoio nem com os meus eurinhos para comprar jornais.

  4. é isso se os paises arabes, neste caso a jordãnia eles que falam a mesma lingua e as mesmas religiões a mesma comida o mesmo habitate ( guerra e mais guerra) que os acolham e já nada disto aconteçia ou agora porque o o animal lá da siria não saí do poleiro e a europa é que é culpada, sinceramente.

    • Que ignorante!!
      “aconteçia”??!
      Não aprendas sequer a escrever português que fazes uma bonita figura!…
      Guerra na Jordânia? Quando?
      Enfim… se a estupidez matasse não ias longe

  5. É por isto que eu sou a favor da monarquia, nenhum dito “democrata republicano” tem tomates para tomar uma posição destas. Até aqui à uns dias era tudo Charlie, eu nunca achei piada à ofensa dos valores de outras pessoas, porque também não gosto que ofendam os meus.

  6. tem razão, até há pouco todos concordavam com as parvoices do Charlie Hebdo, porque, hoje em dia, já não há valores e as pessoas não sabem que com a religião nao se brinca seja ela qual fôr há que respeitar . É um grande pecado não só pelo que dizem , pelo sofrimento que provocam aos visados e também pelos maus pensamentos que geram. Maldito jornal!

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