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Quem provocar uma crise política, “pagará um preço muito caro”, defende Vieira da Silva

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva

O ex-ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, falou numa entrevista ao Diário de Notícias sobre uma eventual crise política, do combate à pandemia e da bazuca europeia.

Numa entrevista ao Diário de Notícias, e questionado sobre se a sucessão de António Costa no PS está lançada, o  antigo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva recordou que o atual primeiro-ministro não se está a pensar reformar.

“As ruturas que pode haver, aqui ou acolá, não são ruturas que levam a fraturas. Uma rutura trata-se com alguma facilidade. Uma fratura é mais complexa. E, às vezes, leva tempo a cicatrizar. E o PS já teve essa experiência. E, portanto, o PS é o partido com maior equilíbrio, do ponto de vista territorial. O PS é sempre um grande partido, em qualquer zona do país”, disse o ex-governante.

Sobre uma eventual crise política, Vieira da Silva alertou que, “em momentos tão complicados como este [pandemia de covid-19], uma crise política é algo de que todos têm de pensar bem muito bem nas suas consequências. “Quem tiver a responsabilidade de uma crise política pagará um preço muito caro por isso”, defendeu.

Questionado sobre o combate à pandemia de covid-19 em Portugal, o ex-ministro escusou-se a fazer grandes elogios ou críticas. “Eu sou daqueles que nunca agitei bandeiras quando nós estávamos com valores muito mais baixos do que os nossos vizinhos, espanhóis ou franceses ou italianos, também não o faço quando temos situações mais difíceis”, disse.

“Acho que nestas situações devemos aprender com os erros, obviamente, e naquilo que se passou aos meses atrás e, nomeadamente a incapacidade que houve de prever a rapidez de circulação, ou melhor, a agressividade de infeção da chamada variante britânica, teve consequências negativas importantes. Obrigou a corrigir. Resta saber de quem são as responsabilidades de, tardiamente, ter conhecido o impacto dessa variante”, defendeu.

Ainda assim, afirmou Vieira da Silva, “a prioridade é combater a pandemia. Chegará o momento em que iremos ver se todos os países registaram da mesma forma, se todos os países divulgaram informação da mesma maneira. Haverá tempo para que essa avaliação seja feita. Neste momento parece-me um pouco prematuro, mas é natural que isso faça aqui uma dimensão de debate político”.

Em relação à bazuca europeia, o ex-ministro consideram que “devemos aplicar o dinheiro de forma a que a resposta, na criação de emprego e na defesa do emprego“.

Vieira da Silva elogiou a “interdependência” entre Portugal e a União Europeia (UE), considerando que as “assimetrias” foram “contrariadas com o passo notável que foi dado, perceber que nunca poderíamos sair desta crise sem a Europa se endividar. E, pela primeira vez na história, foi feita uma forma conjunta. Esse é um salto absolutamente gigantesco na história da Europa, da União Europeia”.

Questionado sobre a Segurança Social, Vieira da Silva disse que a instituição “não existe fora da economia”. “Quando a economia entra numa situação de retração, os problemas da Segurança Social são muito grandes. São duplos. Deixa de ter uma parte das receitas e passa a ter muito mais despesas. Quando a economia recupera é exatamente o inverso”.

Segundo Vieira da Silva, “se a bazuca funcionar, a economia portuguesa vai reagir rapidamente. Quanto mais diversificada for a economia maior é a capacidade de ter uma resposta rápida”.

Maria Campos, ZAP //

 

2 Comments

  1. “pagará um preço muito caro”… Não me diga que vai ser deputado para a Sibéria!! Ou será que vai ir para Adagoi explorar lítio com pá e piqueireta?!

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