Presidente da Rússia deve apostar numa mobilização diferente para a Ucrânia e em ataques a campos do ISIS-K, com reacção assertiva.
O atentado em Moscovo deve originar duas mudanças importantes na estratégia do reeleito presidente da Rússia.
Vladimir Putin, sem dizer directamente que a Ucrânia foi a responsável pelo ataque no Crocus City Hall, associou o país vizinho à tragédia.
No sábado, dia seguinte ao atentado, disse que os criminosos estavam a fugir para a Ucrânia quando foram detidos. Porque teriam “uma janela para cruzarem a fronteira”.
Com esta narrativa, Putin prepara-se para justificar uma maior mobilização da sociedade russa no apoio à guerra na Ucrânia.
O comentador Felipe Pathé Duarte lembra que, ainda antes de o Estado Islâmico reivindicar a autoria do atentado, já se espalhava a ideia na opinião pública na Rússia que não importava quem era o autor do ataque terrorista. O foco era: a Rússia só se ia lembrar que o atentado foi feito no contexto da guerra com a Ucrânia e no interesse da Ucrânia.
Por isso, rapidamente surgiram apelos para que o Kremlin intensificasse a guerra na Ucrânia, na resposta a este atentado: “Estão criadas condições para uma escalada na guerra na Ucrânia, com novas medidas de mobilização para o exército”.
Na RTP, o especialista em assuntos internacionais apresentou a segunda provável mudança no Governo da Rússia: reforço da segurança da Rússia.
E reforçar o seu aparelho de segurança será feito de duas formas: controlar mais as fronteiras, travando a entrada relativamente fácil de pessoas que vêm da Ásia central (os autores do atentado seriam do Afeganistão ou do Tajiquistão); e a outra alteração pode passar por uma resposta mais assertiva no combate ao terrorismo.
Neste último ponto, segundo Felipe, prevêem-se “demonstrações significativas de operações anti-terrorismo em grande escala, seja no Norte do Cáucaso, seja com ataques a campo do ISIS-K no Afeganistão“.
Para já, Vladimir Putin não vai alterar os seus planos mais próximos: “Não há qualquer alteração nas suas viagens, que são planeadas a longo prazo. O chefe de Estado continua a trabalhar com o seu próprio calendário”, disse o porta-voz Dmitry Peskov, nesta segunda-feira.
Peskov disse que não há planos para Putin ir ao Crocus City Hall, local do ataque terrorista de sexta-feira.
Terroristas: Fomos nós que atacamos Moscovo.
Putin: Ah é? Tudo bem, vocês pediram… Vamos atacar a Ucrânia.
Terroristas: Mas a gente não tá na Ucrânia.
Putin: Ah. Desculpa aí. Acho que me enganei. Vamos atacar a Ucrânia.
Terroristas: Mas a gente já disse que…
Putin: Calem a boca!… Ei, a gente vai atacar a Ucrânia. Não querem vir junto?
F. Balbinot , tem o sentido de ironia muito petulante ! …….. Qualquer motivo serve a Putin para levar avante o seu projeto Imperialista . Os extremistas Islâmicos , operam en todos os Países sem distinção …….todos sabemos disso !