O PSD vai “manter coerentemente as suas posições sem alteração” sobre o diploma dos professores e apresentar em plenário “a inclusão de propostas de salvaguarda financeira”, que o PS rejeitou na Comissão de Educação, disse o líder do partido.
Numa declaração à imprensa num hotel do Porto, o presidente do PSD, Rui Rio, acusou o primeiro-ministro de “vitimização” e criar um “papão de orgia orçamental” para “perturbar a campanha das europeias”, e de ter ensaiado “um golpe palaciano” sobre um diploma que ainda não está fechado.
Para Rui Rio, António Costa “quis perturbar a campanha eleitoral para as europeias, que está a correr bastante mal” ao PS. “Foi deplorável ver o ministro das Finanças emendar um conjunto de números falsos sobre o impacto desta medida”, disse o presidente do PSD.
“O travão financeiro, que a proposta do PSD contém para que seja evitado o papão da orgia orçamental com que o Governo hipocritamente acena, foi reprovado com os votos irresponsáveis dos deputados do PS”, afirmou Rui Rio.
“Vamos propor no plenário a inclusão das propostas de salvaguarda que fizemos na comissão e que o PS incoerentemente rejeitou”, adiantou o líder do PSD. Caso as medidas de salvaguarda financeira, que o PS rejeitou na Comissão de Educação, não sejam aprovadas, então o PSD votará contra o diploma.
PCP acusa direita de ceder ao “ultimato do Governo”
O PCP acusou hoje a direita de ter cedido ao “ultimado do Governo” relativamente à proposta de contagem total do tempo de serviço dos professores e de convergir com o PS por “meros critérios de calculismo”.
“As declarações de Rui Rio e Assunção Cristas confirmam que o PSD e o CDS se moveram não pelo objetivo de dar resposta ao direito de contagem do tempo de serviço dos trabalhadores das carreiras especiais da administração pública, mas sim por meros critérios de calculismo”, referem os comunistas em comunicado enviado às redações.
O PCP alega que a “mudança de posição do PSD e do CDS, mais do que uma cedência ao ultimato do Governo do PS, testemunha a convergência de posições com o PS sempre que é necessário para a manutenção de cortes”.
Na nota, o PCP refere ainda que “o recuo agora assumido pelo PSD e pelo CDS confirma, como já haviam revelado no debate em comissão, a sua recusa, em consagrar a valorização remuneratória devida aos trabalhadores”.
Recusando os “ultimatos e pretextos inconsequentes do PS para demissão do Governo” – que consideraram inaceitáveis -, os comunistas garantem que o partido “prosseguirá de forma coerente a intervenção e o caminho para a solução que dê resposta a essa e outras aspirações dos trabalhadores e do povo, não se deixando condicionar por pressões“.
“Para o PCP o que se impõe é prosseguir até ao último dia, o caminho de defesa, reposição e conquista de direitos que se tem percorrido”, lê-se no comunicado, que acrescenta que o partido “dará combate a manobras que visem andar para trás quando o que é preciso é decididamente avançar na resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do país”.
ZAP // Lusa
Pois, correu-vos foi mal a tentativa de mandar o governo abaixo, deram um tiro em cada pé e agora a culpa é dos outros… politica à portuguesa, foi pior a emenda que o soneto…
De forma muito simples, os professores nem os 2 anos deviam ter direito, por isso deem-se por contentes.
Não gozem com os restantes portugueses que ficaram prejudicados com a crise e que nunca irão ver recuperado o que perderam! Quando mais obrigarem-nos agora a pagar as reposições dos professores!
O PSD ficou refém da sua própria contradição e não teve outra opção senão recuar!!