O presidente do PSD/Porto disse esta segunda-feira que a escolha de António Oliveira para encabeçar a candidatura à Câmara de Vila Nova de Gaia foi “um erro de casting”, pelo que encara a desistência deste com “algum alívio”.
“Esta escolha acabou por ser um erro de casting. O PSD provou que está absolutamente aberto a envolver na política, em prol do bem comum, pessoas de fora do partido, pessoas da sociedade civil, pessoas que, não tendo uma militância partidária ativa, possam contribuir para o que as estruturas possam dar. Mas efetivamente concluímos com este percurso de três meses que foi um erro”, disse o presidente da distrital do PSD do Porto, Alberto Machado.
O dirigente social-democrata falava aos jornalistas numa conferência de imprensa marcada pelo líder da concelhia de Vila Nova de Gaia, Cancela Moura, para explicar a versão da estrutura local da desistência do ex-selecionador nacional de futebol da candidatura à Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, nas próximas eleições autárquicas.
O nome de António Oliveira foi aprovado na reunião da Comissão Política Distrital Alargada do PSD, que decorreu em 22 de março em Seroa, em Paços de Ferreira, e anunciado publicamente no dia seguinte pelo presidente do PSD, Rui Rio.
Na sexta-feira, numa carta aberta à qual a Lusa teve acesso, António Oliveira referia que desistiu da corrida às eleições autárquicas por “uma questão de higiene”, recusando pôr os “interesses de uns personagens” à frente dos interesses da população.
Esta segunda-feira, Alberto Machado reconheceu que é com “algum alívio” que vê esta desistência, depois de, na conferência de imprensa, Cancela Moura ter reiterado que a escolha de António Oliveira foi “agilizada pela Comissão Política Nacional”.
“Sim [e com alívio que vemos esta desistência]. Foi noticiado por vários órgãos de comunicação social que as relações não estavam fáceis. Não estavam fáceis porque não conseguíamos que o candidato comparecesse nos diferentes momentos para os quais o chamámos. Temos isso documentado (…). Portanto, de certa forma há algum alívio de que possamos começar a trabalhar”, disse Alberto Machado.
Ao longo da conferência de imprensa, o presidente do PSD de Vila Nova de Gaia acusou António Oliveira de ter adiado “sucessivamente” o alinhamento da candidatura e de ter, inclusivamente, adiado a sua apresentação “três vezes”.
O líder da estrutura de Gaia, Cancela Moura, recusou que na origem desta desistência estejam razões relacionadas com exigências do PSD local, nomeadamente no que diz respeito a cargos ou lugares na lista de candidatura.
Sobre esta matéria, Alberto Machado disse que o que estava combinado era que o PSD tivesse na candidatura “um lugar em 11” e que o líder da concelhia “podia ser o número dois ou ser candidato à Assembleia Municipal, ou não ir a lado nenhum”, rejeitando a ideia de que as “tensões” tivessem a ver com exigências internas.
“Não pode um elefante entrar numa casa de porcelanas, partir tudo e depois à saída dizer que a culpa foi de quem o convidou a entrar. Efetivamente estes três meses foram três meses complicados porque tivemos que insistir frequentemente com António Oliveira para fazer o que está a ser feito por todo o lado e por todos os partidos, que é preparar candidaturas e projetos políticos. Temos de arrepiar caminho para ter um projeto político que se bata nestas eleições em Gaia”, disse Alberto Machado.
Até agora foram oficializadas à Câmara de Vila Nova de Gaia as candidaturas da deputada à Assembleia da República Diana Ferreira (CDU), do engenheiro civil Renato Soeiro (BE) e a do gestor Alcides Couto (Chega).
António Oliveira era o candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM.
A Câmara de Vila Nova de Gaia é atualmente liderada pelo PS, que conquistou, nas autárquicas de 2017, nove mandatos, sendo oposição no executivo o PSD com dois eleitos.
As eleições autárquicas têm de ser marcadas pelo Governo para o período entre 22 de setembro e 14 de outubro.
Em Portugal há 308 municípios (278 no continente, 19 nos Açores e 11 na Madeira), e 3.092 juntas de freguesia (2.882 no continente, 156 nos Açores e 54 na Madeira).
// Lusa
Será que gangue do BigMac ainda anda por lá?…