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PSD e CDS reúnem-se para ensaiar aproximação. Eutanásia e autárquicas na agenda

José Coelho / Lusa

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos (E) saúda o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

O presidente recém eleito do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, reúne-se esta quinta-feira com o líder do PSD, Rui Rio, na sede dos sociais democratas, estando o encontro marcado para as 14h30.

O pretexto da reunião desta quinta-feira é a apresentação de cumprimentos do recém-eleito líder do CDS ao presidente do PSD, que já tem a sua direção empossada.

No congresso do PSD, que decorreu no passado fim-de-semana em Viana de Castelo, Francisco Rodrigues dos Santos explicou que o CDS “não iniciou as visitas de cumprimentos a nenhum outro partido precisamente porque queria começar pelo PSD“.

Contudo, a reunião desta quinta-feira pode representar bem mais do que uma apresentação de cumprimentos. De acordo com o jornal Público, este encontro pode ser um sinal de aproximação entre as duas forças políticas para o próximo ciclo.

A SIC Notícias nota que este encontro acontece precisamente uma semana antes de o Parlamento começar a discutir a legalização da eutanásia. O CDS é contra a legalização, tendo já feito saber que quer contar com o PSD nesta “luta”.

O eutanásia volta agora à Assembleia da República depois de a lei que despenalizava a morte assistida ter sido recusada por cinco votos em maio de 2018.

Existem em cima da mesa cinco projetos de lei para a despenalização da eutanásia – Bloco de Esquerda, PS, PEV, PAN e Iniciativa Liberal – que serão debatidos em plenário no próximo dia 20 de fevereiro. A esquerda tem recusado a realização de um referendo, querendo que a medida vá diretamente a votos no próximo plenário.

Autárquicas na agenda

Para além da eutanásia, há outro temas importantes que podem estar na agenda do encontro desta quinta-feira. O Público refere que as autárquicas e até a concertação de estratégias para uma convergência no centro-direita com as legislativas no horizonte estarão na agenda da reunião desta quinta-feira.

As autárquicas de 2021 serão a maior prova de fogo que Rui Rio enfrentará após a reeleição, podendo mesmo ditar o seu futuro político. Na moção de estratégia global apresentada pelo líder do PSD, estas eleições são elencadas como um dos pilares essenciais para conduzir o PSD à vitória.

Os sinais de que ambos os partidos estudam uma reaproximação chegam de responsáveis de ambos os partidos. Há uma vontade de “uma aliança alargada”, tal como disse Francisco Rodrigues dos Santos no encerramento do congresso do PSD no passado domingo.

Do lado do PSD, o vice-presidente do partido, Nuno Morais Sarmento, sublinhou que o “espaço natural de entendimento do PSD são os partidos da direita democrática”, que inclui não só o CDS como os “novos partidos”.

Também David Justino, outro vice-presidente social-democrata, disse existir “uma porta aberta” e uma “convergência” à direita. “Há uma porta aberta, não é estar a fazer uma aliança ou uma coligação. Isso será a consequência. O que nos interessa é o processo que nos leva a isso. É por isso é que falo mais de convergência com o CDS e com outras forças políticas que estão à nossa direita precisamente para que se possa constituir uma solução eleitoral que seja ganhadora”, disse aos microfones da TSF.

ZAP // Lusa

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