PS comprou perfis falsos nas legislativas de 2019 “para fazerem comentários de apoio” a Costa

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Nuno Veiga / Lusa

O ex-secretário-geral do Partido Socialista (PS), Antonio Costa.

“Foi-nos pedido que criássemos contas falsas nas redes sociais para fazer comentários de apoio ao PS e a António Costa e votar nas sondagens online dos debates televisivos a favor do partido”, diz fonte do Sol.

Entre 2019 e 2020, durante a campanha para as eleições legislativas,

O Partido Socialista (PS) terá contratado uma agência de comunicação para implementar um plano secreto de comunicação que envolvia a criação de cerca de 300 perfis falsos em redes sociais, avança o Jornal Sol esta sexta-feira.

Segundo o semanário, o objetivo do projeto, designado internamente como “O Projeto”, era reforçar o apoio ao PS e ao então líder António Costa, manipulando as perceções do partido online e influenciando votações em sondagens realizadas após debates televisivos.

“Foi-nos pedido que criássemos contas falsas nas redes sociais para fazer comentários de apoio ao PS e a António Costa e votar nas sondagens online dos debates televisivos a favor do partido”, garante ao Sol Miguel Lopes, antigo colaborador da agência, que participou no projeto encomendado pelos socialistas.

Os bots que a agência criava eram treinados para parecerem utilizadores reais. Os colaboradores da agência ADBD Communicare, extinta no ano passado, recorreriam a redes públicas, VPNs, software encriptado e navegadores como o Tor Project para ocultar a origem das ações.

Era tudo feito secretamente. Normalmente, íamos para uma rede pública, como uma Padaria Portuguesa, por exemplo. Mesmo quando trabalhávamos no escritório usávamos sempre VPNs, softwares encriptados e browsers anónimos, como o Tor Project”

O PS terá investido cerca de 40 mil euros provenientes de fundos partidários n’”O Projeto”.

ZAP //

5 Comments

  1. Ah, então o Chega é o campeão das redes sociais…e o PS o campeão dos bots! Qual será a mais-valia da AD? Aguardo desenvolvimentos…

  2. Procurar a popularidade nas redes sociais é sinal de populismo e de decadência democrática.
    As redes sociais ganham dinheiro vendendo publicidade (directa ou indirecta).
    Para vender publicidade é preciso ter audiências altas.
    Para manter o utilizador preso ao ecrán é necessário apresentar-lhe conteúdo de que ele gosta.
    Ao apresentar apenas o que o utilizador gosta, criam-se bolhas de informação, o que leva à polarização da sociedade.
    A democracia só funciona se for possível trocar ideias e debater os temas políticos em plataformas neutras.
    Plataformas neutras não existem, mas os meios de comunicação social tradicionais, são menos maus que as redes sociais nesse aspecto pois a difusão do conteúdo não é selectiva como nas redes sociais.
    Em defesa da democracia, a televisão pública deveria ter programas de esclarecimento sobre notícias falsas, e devia legislar-se no sentido de responsabilizar as redes sociais pela distribuição de notícias falsas.

  3. A diferença é que uns são polidos e urbanos os outros são toscos e rurais mas o modus operandi não tem nenhuma diferença.

    • Ainda hoje se nota a “compra socialista” na SIC Notícias, CNN e CM. O estratagem estava englobado nas “contas certas”.

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