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PS desmente o Bloco na taxa Robles (e Rio diz que “não é assim tão disparatada”)

Está criado mais um foco de tensão entre o PS e o Bloco de Esquerda. Tudo por causa da chamada “taxa Robles”. Os socialistas desmentem os aliados da esquerda e só o PSD defende a proposta, com Rui Rio a considerar que “não é assim uma coisa tão disparatada”.

O Bloco de Esquerda (BE) anunciou que está a negociar com o Governo uma taxa para combater a especulação imobiliária desde Maio passado, mas o líder parlamentar do PS, Carlos César, assegurou na SIC Notícias que o seu partido só teve conhecimento da iniciativa “na última reunião da passada sexta-feira”.

Carlos César frisou que neste encontro entre membros do Governo e do BE, marcou presença “o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais” e não o ministro das Finanças, garantindo ainda que “não houve nenhum compromisso” da parte do Executivo.

O PS e o próprio primeiro-ministro António Costa já se tinham manifestado contra a ideia do Bloco e Carlos César reforçou essa ideia na SIC Notícias, vincando que o partido “não está de acordo com essa proposta”.

Carlos César acusou ainda o BE de querer “dissipar os efeitos negativos” da polémica que envolveu o ex-vereador bloquista na autarquia lisboeta, Ricardo Robles, no âmbito de um imóvel em Lisboa. O líder parlamentar dos socialistas atesta que não aceita que “esta norma seja apresentada como uma penitência para o BE afastar este fantasma com que se confrontou”.

Além disso, Carlos César defende que a proposta do BE foi “feita à pressa” e que se trata de “um imposto inútil ao combate à especulação”.

O CDS também criticou a ideia, acusando o Bloco de demagogia, e o PCP acusou os bloquistas de terem “objectivos políticos evidentes”, lembrando o caso Robles.

Até agora, apenas Rui Rio defendeu a medida do partido de esquerda, frisando que “não é assim uma coisa tão disparatada”.

“Efectivamente, uma coisa é comprarmos e mantermos durante ‘x’ tempo e outra coisa é andarmos a comprar e a vender todos os dias só para gerar uma mais-valia meramente artificial”, frisou o presidente do PSD após uma reunião com o bastonário da Ordem dos Psicólogos, no Porto.

“Não estou a dizer que sou favorável, mas não rejeito liminarmente, não é uma ideia tão disparatada, nem eu posso dizer que a ideia é disparatada porque vem da esquerda e se viesse da direita era menos disparatada. Não é assim que oriento os meus pensamentos”, sublinhou ainda Rio.

O Estado “às vezes deve intervir para ajudar a regular o mercado”, que “segundo as teses liberais ajusta tudo, mas com custos sociais brutais”, concluiu o líder social-democrata.

ZAP // Lusa

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