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Maior protagonismo de Centeno é “uma estratégia política e eleitoral” do Governo

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PSD / Flickr

Luis Marques Mendes

Para Luís Marques Mendes, Centeno tem tido um “protagonismo mediático muito superior ao que é habitual”, ao aparecer no programa Governo Sombra da TVI e no Telejornal da RTP. É “uma espécie de homem do leme” do PS.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes falou sobre o “protagonismo mediático muito superior ao que é habitual” do ministro das Finanças, referindo-se à presença de Mário Centeno no programa Governo Sombra da TSF e da TVI e à entrevista que deu à RTP.

A verdade é que, nos últimos dias, Centeno tem sido especialmente falado, notado e ouvido, depois de ter sido escolhido por uma publicação do grupo Financial Times como melhor ministro das Finanças de 2018. Para Marques Mendes, esse protagonismo é “intencional” e estratégico e tem “significado político”.

“Acho que é uma estratégia política ou eleitoral do Governo de ter uma espécie de Governo bicéfalo: um primeiro-ministro mais para as questões políticas, para os anúncios e as visitas, e depois outra liderança – por isso é que a chamo bicéfala – mais virada para as questões económicas e financeiras. Acho que vamos ver mais disto nos próximos meses”, referiu o antigo líder do PSD.

O ministro das Finanças “é muito popular e entra muito bem nos setores mais moderados do centro e centro-direita”. “Dá muito jeito do ponto de vista eleitoral. É uma boa imagem de marca para o PS porque é o homem das contas certas“, constatou.

O atual conselheiro de Estado acredita que “o Governo e o PS estão preocupados com o arrefecimento da economia que aí vem” e o maior protagonismo mediático de Centeno nos últimos dias está relacionado com isso mesmo.

“Evidentemente que no momento em que o clima económico piora as pessoas precisam de alguém que vejam como uma espécie de homem do leme, uma pessoa em quem possam confiar. Nesse plano, vale muito mais do que António Costa ou qualquer um dos outros ministros”, afirmou.

Outro ministro que, na sua opinião, tem-se mostrado ativo e interventivo no espaço público é Pedro Marques, que tutela as áreas do Planeamento e Infraestruturas. Para Marques Mendes, esse protagonismo pode dever-se a duas coisas: à vontade do Governo contrariar a ideia de paralisação do investimento público no país e a um posicionamento de Pedro Marques para “ambições políticas” futuras.

“Falta saber se este protagonismo não traz água no bico, não segundas ou terceiras intenções”, apontou o comentador.

Miguel Macedo “podia ser hoje líder do PSD se quisesse”

Luís Marques Mendes destacou ainda a absolvição de Miguel Macedo, face às acusações feitas pelo Ministério Público num processo relativo aos vistos gold.

Prometeu “tentar ser justo”, por ser amigo de Miguel Macedo há 40 anos, e começou por dizer que “depois de terminado o julgamento e ouvindo várias pessoas que nele participaram” já estava “mais ou menos à espera de decisões desta natureza”, porque nessa fase final do processo “já se consegue perceber um pouco se houve ou não houve provas”. Neste caso, entendeu o juiz e Marques Mendes, não houve.

Segundo o Observador, o comentador político lembrou que “uma acusação não é sinónimo de condenação” e que a justiça “funciona bem quando condena e quando absolve”, apesar de em processos mais mediáticos haver a perceção de que só funciona quando não há absolvições. “Dentro do tribunal não funciona o mediatismo: não há provas, não se condena”.

“A vida pessoal ficou arruinada e a vida política dele levou um pontapé monumental. Podia ser hoje líder do PSD, se quisesse”, disse Marques Mendes, descrevendo os efeitos do processo na vida política e pessoa de Miguel Macedo.

ZAP //

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