Os hospitais privados e ADSE continuam com o braço de ferro, mas, por agora, os privados não vão deixar de operar beneficiários da ADSE. O boicote anunciado esta manhã foi adiado.
Esta manhã, o o semanário Expresso, noticiava que beneficiários da ADSE – o subsistema de saúde dos funcionários do Estado – iam deixar de ter acesso facilitado às cirurgias da rede de privados já a partir de 1 de outubro. Só seria operado quem assumir os gastos.
Em causa estariam cirurgias, exames de gastrenterologia e fisioterapia passam a ser realizados apenas com pronto pagamento dos beneficiários. Fora do acordo entre a ADSE e os privados ficam as cirurgias, exames de gastrenterologia e fisioterapia, passando a despesa a ser assumida na totalidade pelo beneficiário.
A TSF avança agora que os privados vão continuar a receber os beneficiários. O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar, adiantou que a ADSE adiou a implementação das novas regras para os hospitais privados por um mês. O boicote às operações, fisioterapia ou exames de gastro fica assim suspenso.
“Ontem à tarde, a ADSE reconheceu esta situação, houve aqui um recuo e mandou uma nota aos hospitais privados no sentido de adiar as regras um mês. Portanto, isto significa que o problema não está resolvido, mas esta data de 1 de outubro deixa de estar em cima da mesa, a partir de ontem ao final do dia quando a ADSE emite uma nova instrução aos hospitais privados.”
De acordo com semanário, as novas regras afetariam 250 pessoas que todos os dias, em média, recorrem aos serviços de saúde privados para receber cuidados de saúde cirúrgicos. Estas pessoas poderiam ficar sem acesso às cirurgias, aumentando a lista do Serviço Nacional de Saúde.
Os prestadores justificam a decisão, que abrange também a realização de alguns exames, com o impasse nas negociações para definição de novas regras de pagamentos.
A ADSE só admite dar mais um mês aos privados para que aceitem as alterações. O objetivo é poupar 42 milhões euros na despesa. Para já, tem um saldo positivo de 530 milhões e reclama ao Estado €180 milhões em dívida, nota o Expresso.
Já na semana passada, os hospitais privados exigiram o pagamento das faturas a 60 dias e alertam que as alterações às regras de faturação são “impossíveis de concretizar em outubro”, podendo causar uma “grave rutura na prestação” de serviços.