A comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (BES) acordou hoje a data de 17 de novembro como aquela em que será ouvida no parlamento a primeira personalidade ligada ao caso.
A data foi revelada pelo presidente da comissão, o social-democrata Fernando Negrão, que indicou que o primeiro lote de audições contemplará figuras ligadas à supervisão e regulação, casos do Banco de Portugal (Bdp), a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o atual vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e ex-governador do BdP, Vítor Constâncio, e o regulador dos seguros.
Posteriormente, num segundo grupo, serão ouvidos a atual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e os dois anteriores titulares da pasta, Vítor Gaspar e Teixeira dos Santos.
Numa terceira fase serão escutados os elementos da Troika e posteriormente serão chamados ao parlamento os gestores do BES e GES bem como os elementos da família Espírito Santo.
No total, o PSD tem sete deputados efetivos na comissão de inquérito ao BES, incluindo o presidente, Fernando Negrão, o PS tem cinco parlamentares, PCP e CDS dois e o BE um.
A 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição.
A partir de hoje há um prazo de 10 dias para requerer a documentação que vai servir de base ao trabalho dos deputados.
“A documentação é muita e muito complexa, mas os dez dias têm de ser cumpridos”, alertou Fernando Negrão, reconhecendo que será preciso “tempo” para analisar todas as informações.
No chamado banco mau (bad bank), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no ‘banco bom’, o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
/Lusa
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