Aumenta a pressão sobre Joe Biden para que comente acusações de assédio

Jim Lo Scalzo / EPA

Aumenta a pressão sobre o candidato democrata à Casa Branca para que responda às acusações de uma mulher que alega que a molestou sexualmente nos anos 90.

Tara Read, 56 anos, sua antiga secretária, acusa Joe Biden de assédio e abuso sexual, em agosto de 1993, quando trabalhou com o candidato democrata no Senado. O ex-vice-Presidente de Barack Obama continua a recusar comentar o caso.

Na versão de Read, tornada pública em 25 de março, Biden aproveitou uma ocasião em que ficaram sozinhos nos corredores do Congresso para a “beijar” e a “penetrar com os dedos”.

Esta quarta-feira, Lynda LaCasse, uma antiga vizinha de Tara Read, deu uma entrevista à estação televisiva CNN em que confessou que a vítima a contactou em meados dos anos 90, contando-lhe o episódio de assédio por parte de Biden.

A porta-voz da candidatura democrata já tinha negado as acusações, no dia 13 de abril. “Isso não é verdade. Isso nunca aconteceu”, disse Kate Bedingfield, acrescentando que Biden “acredita firmemente que as mulheres têm o direito de serem ouvidas com respeito” e que as acusações de Read devem “ser cuidadosamente analisadas”.

O ex-vice-Presidente, agora candidato ao lugar atualmente ocupado por Donald Trump, tem-se recusado a comentar o caso, apesar das diferentes tentativas dos jornalistas. As declarações de LaCasse reavivaram a polémica e mesmo na sua comitiva há quem defenda que Biden deve dar esclarecimentos sobre o caso, de viva voz.

Apoiantes de Bernie Sanders, senador que abandonou a corrida e já endossou o seu apoio a Biden, dizem que o silêncio do ex-vice sobre este episódio pode fragilizar a candidatura democrata e pedem mesmo que retire a sua candidatura.

Claire Sandberg, ex-diretora de campanha de Sanders, usou o Twitter para dizer que o comportamento de Biden “não é desculpável” e que Trump se irá servir deste episódio para proveito político. “Por respeito às vítimas de agressão sexual e pelo bem do seu país, deve desistir da corrida”, escreveu.

Em 2019, outras duas mulheres — Amy Lappos e Lucy Flores — já tinham acusado o ex-vice de Obama de assédio sexual, ainda antes de ter formalizado a sua candidatura à Casa Branca.

 

Para além de Sanders, Biden já garantiu o apoio de personalidades relevantes no meio democrata como, por exemplo, de Barack Obama, Hillary Clinton, Nancy Pelosi e da ex-candidata Elizabeth Warren.

O assédio sexual foi um tema relevante nas primárias democratas, com acusações de Warren contra o milionário Michael Bloomberg, acusando-o de ter tentado abafar vários casos.

As eleições Presidenciais norte-americanas realizam-se no dia 3 de novembro, opondo o democrata Joe Biden ao republicano Donald Trump.

ZAP // Lusa

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