Acusações de assédio colocam em causa candidatura do ex-vice-presidente Joe Biden

Mais uma norte-americana veio esta semana a público acusar Joe Biden de a ter tocado de forma inadequada. É a segunda vez, em poucos dias, que o antigo vice-presidente dos Estados Unidos da América é acusado de assédio.

Uma mulher, nos Estados Unidos, acusou esta segunda-feira o ex-vice-presidente americano Joe Biden de a ter tocado de forma inadequada, embora “não sexual”, durante um evento de angariação de fundos em 2009.

Joe Biden foi a mão direita de Barack Obama entre 2009 e 2017, pelo que o caso remete para o ano de estreia do seu primeiro mandato. A mulher, Amy Lappos, é a segunda a acusar Biden, depois de a semana passada Lucy Flores, ex-congressista do estado do Nevada, ter levantado também acusação de assédio contra o ex-vice-presidente.

Segundo a EFE, Lappos conta que Biden se aproximou de si durante a angariação de fundos para o congressista Jim Himes e deixou-a “muito incomodada” com o seu comportamento. “Não foi sexual, mas agarrou a minha cabeça“, explica a mulher de 43 anos.

“Ele colocou a mão à volta do meu pescoço e puxou-me para esfregar o nariz com o meu. Quando me estava a puxar-me, pensei que me ia beijar na boca“, contou Lappos.

Flores acusa também o antigo vice-presidente americano de a ter beijado na cabeça sem o seu consentimento, durante a campanha às eleições legislativas e estatais de 2014. A política democrata explica que foi surpreendida pelas duas mãos de Biden nos seus ombros, admitindo ter ficado estupefacta com as ações do então vice-presidente.

“Começou a dar-me um beijo grande e lento na minha cabeça, o meu cérebro não conseguia processar o que estava a acontecer, sentia-me constrangida, fiquei surpreendida, fiquei confusa”, explicou Flores.

Biden defendeu-se das acusações dizendo que, em muitos anos de campanhas políticas, deu “inúmeros apertos de mãos, abraços, expressões de carinho, apoio e consolo”. Contudo, acredita que “nunca tenha agido inapropriadamente”, rematando que nunca foi essa a sua intenção.

“Chegamos a um momento importante em que as mulheres sentem que podem e devem contar as suas experiências. Os homens deveriam prestar atenção — eu irei“, acrescentou o político democrata.

Várias mulheres saíram em defesa de Flores e Lappos. Entra as quais as senadoras Elizabeth Warren e Amy Klobuchar, que admitem que o político tem de dar uma resposta e é que necessário resolver esta questão.

Por outro lado, há quem defenda Biden. De acordo com a BBC, Cynthia Hogan, que foi assistente de Joe Biden durante a sua vice-presidência, disse ao The New York Times que sempre a “tratou com respeito e insistiu que os outros fizessem o mesmo“.

Com as acusações das duas mulheres, Joe Biden, uma das principais reservas da área democrata e potencial candidato à presidência vê a sua eventual candidatura ameaçada. Apesar de ainda não ter formalizado a sua candidatura, Biden lidera as sondagens dos eleitores democratas há vários meses.