Preço pago pela indústria não para de cair. Autarcas pedem ao governo a definição de preços mínimos. Parlamento já aprovou lei nesse sentido, mas ainda espera o fim das férias dos deputados.
Os pequenos produtores florestais preocupam as Câmaras. Por causa dos incêndios que, este verão, fustigaram, sem piedade a área florestal portuguesa, com especial relevância para o de Pedrógão Grande, os preços da madeira queimada continuam a descer.
No parlamento, há um projeto de lei, aprovado na generalidade a 19 de julho, que prevê que o Ministério da Agricultura e Florestas crie parques para receber madeira queimada do fogo de Pedrógão e defina um preço baseado naquilo que se verificava antes do fogo.
O problema é que o projeto, aprovado pelo PSD, BE, CDS-PP, PCP e PEV, não passou de imediato, devido ao PS, a votação final global e está à espera que os deputados regressem de férias para começar a ser discutido na especialidade.
Quem, neste local, tinha plantações de árvores, como pinheiros, por exemplo, viu o preço cair a pique, depois do incêndio que começou a lavrar a 17 de junho. A TSF conta a história de Domingos Luís que, em árvores, tinha reunidos entre 20 a 25 mil euros.
Mas depois veio o fogo e o preço desceu. Como Domingos, muitos optaram por não vender no momento, já que o preço da madeira queimada era demasiado baixo. Depois disso, vieram os incêndios de verão, em julho e em agosto. E o preço não parou de descer.
Domingos Luís está agora num impasse: ou vende rapidamente por valores muito baixos, ou espera e vê a madeira degradar-se com o tempo e a chegada das chuvas.
Enquanto o diploma proposto não é aprovado, a madeira vai-se deteriorando e as economias de Domingo Luís ficam cada vez mais pobres. A presidente da Câmara de Góis, um dos municípios mais afetados pelo incêndio de Pedrógão, explica que muitos donos da madeira queimada dizem que o que lhes estão a oferecer não chega para recuperar o investimento e com frequência nem para pagar o trabalho de limpar a mata.
Lurdes Castanheira acrescenta que muitos estão a deixar a madeira nos terrenos o que é um problema para o futuro: matéria altamente combustível para novos incêndios.
Estas razões que já levaram os vários autarcas da zona a propor ao governo, incluindo diretamente ao primeiro-ministro que, para acabar com a especulação, o Estado defina preços mínimos com urgência e crie incentivos a uma reflorestação ordenada.
Enquanto isso, os números continuam a baixar. A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente revela que o preço pago pela indústria pelo pinho queimado desce mensalmente: neste momento cada tonelada é paga a 27 euros, “madeira que normalmente mesmo queimada anda nos 36 euros” (menos 25%).
Incêndio em Pedrógão Grande
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Ganha tudo e todos, empresas de aviação, empresas de venda de material para os bombeiros, os abusadores do SIRESP, enfim um chorrilho de parasitas que o Estado habituou a enriquecer à custa dos nossos impostos.
NÃO APARECE UM ILUMINADO, que ponha o exercito a recolher essas madeira e guardá-la em inúmeros quarteis que estão práticamente abandonados?
Façam isso durante 2 anos seguidos que se acabam os incendios neste País, bem como Sistemas INOPERACIONAIS de responder em Situação de Perigo – que uns rádio amadores resolviam bem o problema sem se gastar SEISCENTOS E MUITOS MILHOES, que deviam ser distribuídos pelo POVO.
O que se passa é que o POVO está tão BURRO que já nem percebe que podia pagar menos se houvesse RESPONSABILIDADE POLÍTICA.
Penso que não se deveria referir ‘apenas’ o incêndio de Pedrógão (este muito grave devido às mortes), mas de todos os concelhos que arderam, como por exemplo Mação, porque o problema é exactamente o mesmo… agora é ‘dar’ a madeira o mais rápido possível para a mata poder regenerar caso contrário para além do prejuízo ainda se perde mais um ano.
…mas agora sem os eucaliptos a floresta portuguesa já não vai voltar a arder…resta saber quem vai depois comprar as outras madeiras a plantar e quem irá pagar as limpezas, é que, por exemplo na zona de mação, ardeu em 1995, 2003 e agora 2017, e quem tinha outras culturas que não o eucalipto só lá enterrou dinheiro em limpezas e agora vai ficar a chuchar no dedo!
E que tal proibir a venda de madeira queimada… provavelmente ia diminuir o número de incêndios.
Até os gajos que fornecem as sandes aos bombeiros ganham com isto…
Ouvi no noticiário TV de hoje que há uns “mafiosos” dos aviões que andam a apagar os incêndios e que fazem um “complot” com as empresas espanholas e italianas e depois dividem os lucros. Sendo assim tem cabimentos Portugal estar a arder. Será que nós Portugueses nunca mais aprendemos que.. ” não há almoços gratuitos”..ou há?
Pelo menos as sandes de ar que dão aos bombeiros não são gratuitas.
“Preço da madeira queimada não para de cair” Preço da madeira queimada não” PÁRA “de cair”. Tentem ler “para” e “vejam” como faz sentido a “falta” do acento.
É muito grave e intrigante a situação que se vive em Portugal em relação aos incêndios, e passo a explicar:
– Estamos no ano em que a tecnologia, os meios, as comunicações e as táticas de combate aos incêndios são as mais avançadas de sempre (pois o tempo não avança para o passado);
– Muitos dos municípios, são repetentes nestas andanças e têm elaborados avançados planos de prevenção;
– Muita da floresta actual é pertença de empresas florestais altamente organizadas e que investem muito do seu dinheiro em prevenção e em meios efetivos de combate aos incêndios;
– Em grande parte da floresta ardida existem acessos excelentes, bocas de incendio acesso próximo a grandes quantidades de água
– Foram anunciados números de efetivos no terreno em cada incendio como raramente eram vistos no passado (das largas centenas até acima do milhar)
E em muitos concelhos arderam mais hectares de floresta do que no passado com muito menos recursos disponíveis e muito menos preparação.
Muitos dos bombeiros estavam proibidos de gastar a água dos seus veículos apesar do incendio que lavrava a escaços centímetros dos seus corpos (muitos sentiram-se inúteis enquanto esperavam pelas ordens do comando).
Muito se retrocedeu em relação à experiência do combate a incêndios este ano, o resultado está à vista.
Muito se paga por hora a certos meios e intervenientes dos incêndios, pouco se paga aos bombeiros que podem ser lançados às centenas para os locais dos incêndios, pouca se importa com quem perde o mealheiro de uma vida no fogo, pouco se condenam os incendiários, pouco se tem aprendido com este negócio ultimamente ………. ou será que não ???