A Polícia Judiciária, que está a investigar a morte de seis jovens no Meco, em dezembro, não descarta a possibilidade de ter havido homicídio por negligência ou dolo eventual e exposição ao perigo.
“A relação de domínio do Dux João Miguel Gouveia sobre os seus colegas pode conduzir a investigação das seis mortes na praia do Meco a um crime de homicídio por negligência ou dolo eventual” avança o Correio da Manhã.
O jornal escreve na edição desta terça-feira que, desta forma, no caso de se provar que os jovens estavam a fazer um ritual de praxe na praia e a obedecer a ordens do sobrevivente, este corre o risco de vir a ser constituído arguido.
A PJ de Setúbal está neste momento a realizar um inquérito para apurar a causa da morte dos jovens e vai ainda reconstituir os passos dos estudantes até à praia do moinho de baixo. Os investigadores já começaram a ouvir os familiares e amigos das vítimas da tragédia do Meco, mas só depois de recolhida toda a informação é que João Gouveia será ouvido, na qualidade de testemunha.
De acordo com o Diário de Notícias, os investigadores da Judiciária querem também conhecer as motivações dos sete jovens para pertencerem à Comissão Oficial de Praxe Académica (COPA) da Universidade Lusófona e o que os motivou a deslocarem-se ao Meco.
Familiares dos jovens constituíram-se assistentes
Os familiares dos seis jovens que morreram já se constituíram como assistentes no processo de investigação.
Em comunicado, afirmam que “o objetivo estabelecido de colaborar com os processos de averiguações em curso visando apurar os factos ocorridos” levou-os a “decidir constituir-se assistentes para assim se potenciar os resultados dessa colaboração”.
Visando “o objetivo de contribuir para que acontecimentos similares não voltem a ocorrer”, os familiares dos seis jovens que morreram na praia do Meco estão a recolher e a tratar “todas as informações disponibilizadas por familiares de vítimas de situações similares, pessoas que foram alvo de situações gravosas de foro similar, visando a colaboração futura com as entidades competentes”.
No comunicado, afirmam terem já recebido cerca de 300 mensagens de informação no e-mail criado para o efeito, [email protected].
Afirmando tratar-se maioritariamente de mensagens de apoio, os familiares informaram que também receberam muitas mensagens “com informações da maior relevância para o apuramento dos factos ocorridos”.
Apelo ao sobrevivente
Os familiares voltaram a convidar “a vítima sobrevivente e respetiva família para se juntarem” a eles “no apuramento dos factos e na contribuição para ações futuras”.
Numa carta enviada na sexta-feira à agência Lusa, a família de João Miguel Gouveia, o único sobrevivente do grupo de universitários, sublinha: “Mais do que ninguém, ele deseja que tal ocorra”, referindo-se aos esclarecimentos.
“No local certo e perante as instâncias competentes, no tempo necessário para que todas as diligências sejam efetuadas, o sobrevivente prestará todos os esclarecimentos“, sustentam os familiares do jovem, que até agora se tem remetido ao silêncio.
Aline Flor, ZAP (com Lusa)
Gouveia esta’ a cumprir ordens do seu advogado/a. Uma coisa e’ certa: o peso da responsabilidade das 6 mortes, vão acompanha-lo pelo resto da sua vida.
Quanto as vitimas arrastarem pedras presas aos tornozelos, também não lhes abono muito a “compartilha” da responsabilidade.
Eu já não sei se deve criticar o Gouveia ou o presidente da lusófona sobre a nojenta e irresponsável entrevista que deu a’ Sic.