/

“Piloto” lança suspeitas sobre a GNR e conta como sobreviveu durante a fuga

7

Paulo Novais / Lusa

Pedro Dias, suspeito de um duplo homicídio em Aguiar da Beira

Pedro Dias, suspeito de um duplo homicídio em Aguiar da Beira

Pedro Dias, suspeito dos homicídios de Aguiar da Beira, foi transferido para a cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, ainda antes de a RTP1 ter emitido a entrevista realizada na altura da sua detenção – onde o “Piloto” conta como sobreviveu durante a fuga e sublinha a sua inocência.

A RTP1 transmitiu no programa “Sexta às 9” a entrevista com Pedro Dias, o suspeito dos homicídios de Aguiar da Beira, que andou em fuga durante 28 dias e só foi detido pela GNR depois de se entregar perante as câmaras do canal público.

Pedro Dias diz que foi “perseguido como um animal” e que pensou em entregar-se às autoridades desde o primeiro dia, mas que não o fez por medo de “levar um tiro”.

“Uma senhora sargento ameaçou-me de morte, disse que eu corria risco de vida”, refere Pedro Dias.

O “Piloto”, como é conhecido na região de Aguiar da Beira, sublinha que isso aconteceu logo no dia das duas mortes de que é suspeito, a 11 de Outubro, através de um telefonema para um telemóvel que dá a entender que teria consigo.

Terá usado esse telemóvel para contactar a companheira, uma advogada com quem tem um filho de 10 meses.

Críticas por “perseguição de morte” e pela insegurança do país

Pedro Dias queixa-se da vontade “muito animalesca” de agentes da GNR e populares, quando andou em fuga.

“Cheguei a estar metido num depósito de água de plástico e eles diziam: é hoje, temos de matar esse indivíduo porque nos está a dar trabalho a mais”, relata, falando de uma “perseguição de morte”.

Mas, ao mesmo tempo, também deixa críticas à GNR por não ter conseguido apanhá-lo e até diz que tem medo da insegurança do país.

“Espero que não entrem membros da Al-Qaeda a fazer diabruras no nosso país pequenino, que facilmente fariam se estivessem no meu lugar”, nota.

Militar que sobreviveu “terá coisas para dizer”

Pedro Dias garante que é “um homem inocente com vontade de defender a honra”.

“As coisas vão ser esclarecidas. Tenho provas e tenho a convicção para demonstrar que há equívocos”, salienta o suspeito.

O “Piloto” realça que o militar da GNR que sobreviveu, e que terá sido baleado pelo próprio Pedro Dias, “terá coisas para dizer“.

Sobre os dias que passou em fuga, sempre entre Arouca e Vila Real, o fugitivo conta ao Sexta às 9 que sobreviveu a comer castanhas, nozes e kiwis e que tomou banho nos rios.

“Piloto” ainda revela que chegou a estar perto da escola da filha para tentar ouvir a sua voz.

O suspeito também refere que é um pai “quer dar exemplo aos filhos” e que é o tipo de pessoa que está pronta a “assumir e enfrentar as coisas sem fugir delas”.

O “Sexta às 9” fez a reconstituição dos crimes de Aguiar da Beira, cruzando as informações existentes com as declarações do suspeito.

O programa recolheu também o testemunho de um especialista em psicologia clínica e forense e outro em linguagem corporal, que constatam o calculismo das declarações de “Piloto”, insinuando que a versão dos factos apresentada por ele pode ser forjada.

SV, ZAP

7 Comments

  1. Dois casos, duas eminentes dúvidas. O que esconde António Domingues? Porque não é ele penalizado pelo incumprimento de uma obrigação legal? Alega ter um acordo de cavalheiros com o Governo. Está escrito? O MP tem a obrigação de esmiuçar a vida financeira do gestor. Para ser tão milionário, alguma coisa quer esconder. Dinheiro sério ou dinheiro mentiroso?
    Pedro Dias. Entregou-se usando uma estratégia defensiva. Porquê? Temia ser abatido? Apresentando-se desarmado e acompanhado pelos seus advogados no posto da GNR, poderia ele ser baleado? O que se sabe sobre os homicidios e os sequestros e os roubos e…?
    Dois casos, duas incógnitas. Nenhum deles ainda, falou. Um (Pedro Dias) diz que vai dizer tudo em Tribunal. Ótimo. O outro nada diz, nada argumenta. Persiste na sua posição e junta-se aos outros 6 que alinham pelo mesmo diapasão. Quem são eles? Quais os seus argumentos?
    Estou (estamos todos) à espera do futuro próximo destes dois casos.

  2. … enquanto não se provar o contrário para mim o Sr.Predo Dias é uma pessoa normalíssima. Os agentes da Justiça têm que provar que o culpado é o Sr. Pedro Dias e que não haja intermediários nestes horrorosos crimes. Já vi espetáculo a mais sobre este caso.

  3. Tretas… este aprendeu com os pais da Maddie… para se safar liga para os jornalistas. Só que este não é amigo do Tony Blair, por isso vai-lhe correr mal a brincadeira. Ele queria aparecer na TV e a RTP ainda lhe fez o frete… serviço público ou púbico? E os jornalistas ainda escrevem “alegadamente” … como se houvesse dúvidas.

  4. Dirigo-me ao “Eu”: Ter-lhe-à passado pela cabeça que existe uma hipótese, embora tudo indica que ínfima, de Pedro Dias ser inocente? Todos temos direito a defesa. Ou estava presente no momento dos tiros e viu que foi ele?

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.