Pelo menos três manifestantes morreram esta terça-feira e cerca de 150 ficaram feridos, alguns em estado grave, em confrontos com as forças de segurança na capital da Ucrânia, Kiev, de acordo com informações do chefe do Serviço Médico da oposição, Oleg Moussii.
“Pelo menos três pessoas morreram. Todas foram atingidas por balas”, afirmou o responsável, em declarações aos jornalistas. Segundo os médicos que estão a trabalhar num hospital de campanha montado pela oposição ucraniana, a maioria das lesões foi provocada por granadas de atordoamento.
As mesmas fontes acrescentaram que cerca de 30 pessoas sofreram lesões na cabeça e encontram-se em estado grave, informando ainda que será preciso amputar a mão a um dos feridos.
Segundo a polícia, 47 agentes das forças de segurança também ficaram feridos nos confrontos, dos quais cinco apresentavam ferimentos por bala.
Manifestantes antigovernamentais ucranianos atacaram e ocuparam hoje a sede do partido do presidente Viktor Ianukovitch, perto do Parlamento, depois de romperem o cordão policial que protegia o edifício da Assembleia e se envolverem em confrontos com a polícia.
Desde o final de janeiro não se registavam confrontos entre manifestantes e polícia. A crise política na Ucrânia começou no final de novembro do ano passado, quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do governo de suspender os preparativos da assinatura de um acordo de associação com a União Europeia.
Governo fez ultimato a manifestantes
O governo ucraniano fez um ultimato aos manifestantes da oposição para desmobilizarem das ruas da capital até às 16h (hora de Lisboa), mandando avançar a polícia de choque para junto do seu principal ponto de concentração.
Numa mensagem publicada na Internet assinada pelo responsável dos serviços de segurança, Alexandr Yakimenko, e pelo ministro do Interior, Vitali Zajarchenko, afirma-se que serão usados “todos os meios previstos na lei” para acabar com os confrontos registados hoje em Kiev, que segundo fontes policiais já terão feito cinco mortos entre os manifestantes.
Segundo a agência France Presse, por volta das 15h, o metro na capital ucraniana foi encerrado e a polícia de choque tomava posições junto à Praça da Independência, principal ponto de concentração dos contestatários, que estavam a reforçar as barricadas que ergueram desde que começaram as manifestações contra o governo de Viktor Ianukovitch.
ZAP / Lusa
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