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Pelo menos 100 civis mortos em bombardeamentos do regime sírio em Ghouta

Pelo menos 100 civis, incluindo 20 crianças, morreram, na segunda-feira, nos bombardeamentos sírios ao enclave rebelde de Ghouta, de acordo com um novo relatório do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

O diretor deste observatório, Rami Abdel Rahmane, disse à France Presse que este é, desde 2015, o registo mais sangrento de baixas civis num dia de combates nesta região.

A Força Aérea síria bombardeou, na segunda-feira, o enclave rebelde de Ghouta, no leste, próximo de Damasco.

Os ataques aéreos e os bombardeamentos da artilharia prosseguem em várias cidades desta região, sitiadas desde 2013, pelas forças do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e que mostram escassez de bens essenciais, segundo o correspondente da agência.

Os hospitais têm também dificuldades em dar resposta face ao aumento crescente de feridos.

A Coligação Nacional Síria, com sede na Turquia, a principal formação da oposição no exílio, denunciou, num comunicado, uma “guerra de extermínio” que é levada a cabo no leste de Ghouta, bem como o “silêncio internacional” contra “crimes” das forças leais a Assad, numa guerra que devasta a Síria há quase sete anos.

Os ataques a civis “devem parar já”, apelou o coordenador da Nações Unidas para ajuda humanitária na Síria, em comunicado. “A situação humanitária dos civis no leste de Ghouta está totalmente fora de controlo e é imperativo que esse sofrimento humano sem sentido seja interrompido imediatamente”, disse ainda o responsável.

No domingo, o regime de Damasco disparou centenas de “rocketes” na região, tendo matado 17 civis.

Esta terça-feira, a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) publicou uma nota em branco para demonstrar como se encontra “sem palavras” depois destes ataques.

O documento, intitulado “A Guerra contra os menores na Síria”, só contém uma frase do diretor da Unicef para o Médio Oriente e Norte da África, Geert Cappelaere: “Nenhuma palavra fará justiça aos menores assassinados, às suas mães, aos pais e aos entes queridos”, cita o Jornal de Notícias.

O resto da nota permanece em branco, ainda que no rodapé da página se possa ler: “Já não temos palavras para descrever o sofrimento dos menores e a nossa indignação. Aqueles que infligem o sofrimento ainda têm palavras para justificar esses atos bárbaros?”.

ZAP // Lusa

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