“Pedro Nuno Santos é um político perigosíssimo” (e o favorito para suceder a Costa)

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António Pedro Santos / Lusa

O ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Pedro Nuno Santos “é uma pessoa encantadora, mas um político perigosíssimo”. A ideia surge numa altura em que o antigo ministro das Infraestruturas é apontado como o favorito dos portugueses para suceder a António Costa na liderança do PS.

Uma sondagem realizada pela Aximage para o Diário de Notícias (DN) aponta Pedro Nuno Santos como o favorito de 30% dos inquiridos para ser o sucessor de António Costa no cargo de secretário-geral do PS.

Em segundo lugar nesta sondagem, aparece Fernando Medina com 19%. Seguem-se o actual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, com 9% e depois, Carlos César com 6%.

José Luís Carneiro deve anunciar, neste sábado, a candidatura à liderança do PS. E Pedro Nuno Santos deve fazê-lo na próxima segunda-feira.

Pedro Nuno vem desde há algum tempo, bem antes da demissão de Costa, a ser apontado como o previsível sucessor do primeiro-ministro demissionário à frente dos socialistas. E parece estar na linha da frente para liderar a candidatura do PS nas eleições antecipadas de Março do próximo ano.

Para o economista e professor catedrático da Nova SBE António Nogueira Leite, ex-membro do Conselho Nacional do PSD, Pedro Nuno Santos “é uma pessoa encantadora, mas um político perigosíssimo”, conforme diz em entrevista ao programa “Discurso Directo” do Novo Semanário e da Jornal Económico TV.

Apesar disso, Nogueira Leite nota que será mais fácil ao PSD negociar com Pedro Nuno Santos ao centro, para fazer reformas urgentes, do que com Bloco de Esquerda e PCP.

Nova geringonça será “contrária aos interesses de Portugal”

O economista também aponta a uma eventual nova geringonça, com a “ala esquerda do PS” a aliar-se a “neo-comunistas do Bloco e comunistas ortodoxos do PCP”. Mas acredita que essa possibilidade “é contrária aos interesses de Portugal e da economia portuguesa”.

Muitos dos nossos investidores e dos criadores de emprego pensam como eu”, adianta ainda. “Se posso criar emprego na Grécia ou em Itália, ou noutras zonas, porque é que eu vou correr o risco de uma apropriação do resultado dos meus investimentos e do meu trabalho num regime que eu não sei muito bem onde é que vai desembocar”, explica.

Nogueira Leite dá o exemplo de Espanha, uma economia “muito mais pujante, onde há muito mais capital e liquidez do que em Portugal”. E salienta que devemos questionar-nos por que é que Espanha “é o último país da Zona Euro a chegar aos níveis em que estava em 2019”, antes da crise de covid-19, e porque é que tem “uma performance económica tão má“.

A resposta, para o economista, está nas “condições de funcionamento da economia” e nas “perspectivas quanto à segurança dos investimentos” que têm sido “bastante piores do que têm sido em Portugal” com o Governo de esquerda de Pedro Sánchez.

Nogueira Leita sublinha que é “completamente diferente um Governo do PS presidido pelo doutor António Costa, ou um Governo dos “jovens turcos” [com Pedro Nuno Santos a liderar] com o apoio dos neo-marxistas do Bloco e com o apoio dos comunistas ortodoxos do PCP”.

Montenegro “está amarrado àquilo que disse”

Quanto às eleições antecipadas marcadas pelo Presidente da República depois da demissão de António Costa, Nogueira Leite diz que “as pessoas de direita estão muito satisfeitas”, mas confessa que está um pouco menos optimista.

“Depois de ver a forma como o PSD foi incapaz de lidar com os erros de Pedro Nuno Santos na TAP, na Comissão de inquérito – foi um passeio político para ele! – , eu estou aberto à possibilidade de todas as circunstâncias”, diz.

Mas é certo que “o PSD tem uma obrigação grande de falar claro”, nota, recomendando ao seu partido, e à Iniciativa Liberal (IL), que façam “um discurso que seja uma verdadeira alternativa e que seque, o mais possível, o discurso radical que é muitas vezes inconstante, mas que tem tido bastante adesão popular, infelizmente”.

A extrema-direita tem crescido “também por inépcia do centro-direita”, sublinha, mostrando-se convicto de que Luís Montenegro, o presidente do PSD, não voltará atrás com a palavra, formando um eventual Governo de direita com o Chega.

Montenegro “está amarrado àquilo que disse” e que foi um “não” a uma aliança com o Chega, aponta, sublinhando que os comentadores “não lhe perdoariam” uma mudança de posição.

E, de resto, não seria possível governar com alguém que tem “opiniões tão distintas ao longo do dia como o líder do Chega”, realça Nogueira Leite, apontando à “instabilidade opinativa” do líder do Chega, André Ventura.

O economista assume que a sua expectativa é que as eleições antecipadas resultem numa solução de “centro-direita”, mas também admite que será um “desafio muito grande”. Até porque “o centro-direita vai estar ensanduichado entre toda a esquerda“, realça.

Susana Valente, ZAP //

8 Comments

  1. Pedro Nuno Santos é um indivíduo disparatado e, se for escolhido para secretário-geral, o PS pode ter a certeza de que perderá as legislativas.

  2. De facto Pedro Nuno Santos é uma mina à deriva. Em todos os assuntos em que se meteu houve péssimos resultados. Se é esta solução que o PS tem para nos oferecer as consequências serão desastrosas para o país.

  3. Pessoalmente en termos de “perigosidade” , não entrevejo nenhum Politico que não o seja ! ……. mas enfim a escolha é de cada Um dos Eleitores , mesmo que mais tarde ou mais cedo acarrete problemas de consciência e se arrependa amargamente !

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