António Cotrim / Lusa
Pedro Nuno Santos
O ex-Ministro das Infraestruturas vai retomar o mandato de deputado na próxima semana e os seus apoiantes acreditam que volta mais forte do que quando se demitiu.
Pedro Nuno Santos está pronto para seguir o exemplo de Santana Lopes e “andar por aí”. Depois de em Janeiro se ter demitido na sequência do caso da indemnização da TAP paga a Alexandra Reis, o ex-Ministro das Infraestruturas e da Habitação vai voltar à esfera pública, com a liderança do PS na mira.
Na próxima terça-feira, Pedro Nuno vai reassumir o lugar como deputado e em Setembro vai tornar-se comentador televisivo. De acordo com uma fonte ouvida pelo Observador, o ex-Ministro está a contar que António Costa adie a saída para Bruxelas até 2026 e não “tem pressa nenhuma” para assumir o leme do PS.
Apesar do seu historial complicado, Pedro Nuno está também a manter uma relação cordial com a atual liderança. “Alguém que quer liderar o partido tem de perceber qual é a direção dos ventos”, revela uma fonte sobre a prestação de Pedro Nuno na comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP.
Sobre o que esperar de Pedro Nuno no seu regresso, “uma das expectativas é saber se ele vai para a linha da frente”. “Num primeiro momento não sei se acontecerá, mas no médio prazo pode ser inevitável“, afirma um dirigente do PS.
A atual sessão legislativa já está perto do fim e deve acontecer com poucos sobressaltos para Pedro Nuno. O momento mais complicado será a votação do relatório da CPI à TAP e o ex-Ministro ainda não terá decidido o que vai fazer na altura, mas sabe-se que o seu objetivo é ficar “em paz e em sossego” e não atrair muita atenção.
Também vai escolher em setembro a comissão parlamentar que vai integrar, mas já se sabe que o socialista não quer integrar comissões relacionadas com as áreas que tutelou enquanto Ministro e que prefere manter a discrição. “Nunca gostou de atenção e sabe usá-la. Tudo o que fizer vai ter uma atenção brutal“, refere uma fonte.
Há até quem ache que “volta ainda mais forte do que antes de se demitir” e um outro socialista pedronunista frisa que há um “entusiasmo grande” no PS com o “papel mais interventivo e presente” que o protocandidato à liderança socialista voltará a ter.
