LMM: Passos pode estar a preparar regresso (e os delfins de Costa não estão a ajudar)

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Luís Forra / LUSA

O presidente do PSD, Luís Montenegro (D), com o antigo líder do partido, Pedro Passos Coelho, na Festa do Ponta 2022

No seu habitual comentário semanal no Jornal da Noite da SIC Notícias, Luís Marques Mendes destaca a vertiginosa subida dos preços, o escândalo da contratação de Sérgio Figueiredo, um eventual regresso de Passos Coelho, e a “imoral renúncia de autarcas”.

Comentando a presença do ex-primeiro-ministro na Festa do Pontal que marca todos os anos a rentreé política do PSD, Luís Marques Mendes considera ter havido duas surpresas: “a ida de Passos Coelho ao Pontal”, e o discurso do líder do PSD, Luís Montenegro.

Segundo Marques Mendes, Passos Coelho ainda não desistiu de voltar à vida política activa. “O que ele mais gostava era de voltar a ser Primeiro-Ministro. Mas, se não for possível, há sempre a hipótese de ser candidato a Presidente da República. Pode suceder ou não suceder, mas quer deixar todas as portas abertas.

Para o comentador, a festa vem na melhor altura para Luís Montenegro. “Até agora, tudo tem corrido bem ao novo líder do PSD: está a subir nas sondagens; cortou com a estratégia e estilo de Rui Rio; passou a fazer oposição; ganhou autoridade política com a iniciativa de matar o referendo à regionalização; e uniu o partido.

Pedras no sapato

Luís Marques Mendes considera que a contratação de Sérgio Figueiredo como consultor do Ministério das Finanças foi “um erro monumental de uma pessoa normalmente sensata como é Fernando Medina”.

“Fica a sensação de que houve troca de favores. Quando Sérgio Figueiredo era diretor da TVI contratou Medina para comentador, agora Medina é ministro e contrata Sérgio Figueiredo para consultor”.

“Se isto não é troca de favores, não sei que diga. E mesmo que não o seja”, salienta o comentador, “à mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo”.

O “salário de ministro” do consultor “vai criar uma irritação legitima, humana e natural a vários níveis: na Função Pública, que teve aumentos miseráveis este ano, e nos colaboradores de gabinetes de outros ministros”.

“São dois pesos duas medidas“, considera Marques Mendes, que salienta o facto de  não ter havido comentários acerca do tema nem de Fernando Medina nem de António Costa — um sinal de “arrogância”, considera o comentador.

Outro sinal de arrogância do atual governo, diz, foi o desabafo da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que abriu uma guerra com a CAP. “Pouca gente a conhece, mas, quando aparece, normalmente faz asneira ou diz asneira“.

Os delfins de António Costa não estão a ajudar, conclui Marques Mendes. “São os próprios socialistas que o reconhecem. Primeiro, foi Pedro Nuno Santos na questão do aeroporto. Agora, é Fernando Medina com a contratação de um consultor”.

“O incómodo é tão grande que ninguém dá uma explicação”, salienta o comentador. O próprio António Costa foge do caso como o diabo da cruz. Assim, não admira que o PS baixe nas sondagens e que o Primeiro-Ministro comece a ter mais opiniões negativas que positivas.

Estado a engordar

A subida dos preços na alimentação e na energia foi outro dos temas em destaque no comentário deste domingo de Marques Mendes.

“A inflação está já num valor brutal e estas subidas de preços são de facto um pesadelo para a generalidade das famílias portuguesas”, considerou o antigo presidente do PSD. “As famílias mais pobres levam com inflação enorme”.

Além da dimensão social, diz Marques Mendes, “há uma dimensão ética e política muito forte. O Estado está a engordar com um crescimento de receitas nunca visto. Até junho, cobrou mais 4 mil milhões de euros de impostos“, salienta.

Em contrapartida, diz, “as famílias, essas, vêem emagrecer os seus orçamentos e o seu poder de compra. A pobreza e as desigualdades sociais aumentam. Claro que o défice e a dívida baixam. Mas as pessoas não se alimentam de défice e de dívida. Começa a ser chocante a falta de acção de um governo de esquerda”.

De acordo com o comentador, o incómodo político com esta situação já chegou ao PS. “Agora é o próprio PS a queixar-se da inação do Governo. Basta ver as declarações de Carlos César. A preocupação passou a ser nacional”.

Renúncia degradante

Sobre o recente casos da renúncia do presidente da Câmara do Seixal, eleito pela CDU, apenas um ano depois de ter sido eleito, Luís Marques Mendes considera que é “uma vergonha para a democracia”.

“O Presidente da Câmara do Seixal, eleito pela CDU, anunciou a renuncia ao seu cargo. Ele que acabou de ser eleito há menos de um ano. Tudo porque, não se podendo recandidatar mais, o PCP quer que o segundo da lista tenha tempo e condições para se preparar para ser o próximo Presidente eleito.

Tudo isto é altamente censurável”, considerou Luís Marques Mendes, que salienta que comportamentos semelhantes já foram adoptados por autarcas do PS e PSD. “Parece um caso de somenos, mas é um comportamento degradante para a democracia”.

“Tudo isto pode ser legal. Mas tudo isto é imoral. Pena é que no plano do Estado ninguém diga nada e ninguém faça nada”, conclui Luís Marques Mendes.

ZAP //

5 Comments

  1. O kistinha estáxdesaparecido porque não lhe convém aparecer nestas alturas de geaves erros politicos. A cobardia é um dos fortes do kostinha e os erros são tantos…VERGONHA

  2. Entre o Costa, Montenegro e Passos Coelho, não ouço nem um deles dizer o que propõe para melhorar o País, assim com o nos dizerem as ideias que tem e como as aplicar, como diz a canção para melhor está bem está bem para pior já basta assim, entre os 3 venha o diabo que leve os 3

    • De acordo consigo esse senhor Passos Coelho quando governou tinha uma equipa de ministros de (merda) que em vez de ajudar os desfavorecidos da crise de então foi meter biliões nos bancos que tinham sido roubados e privatizar empresas por empresários de poucos escrúpulos que estavam à espera do dinheiro dos contribuintes para eles e pôr os trabalhadores a trabalhar de graça para os patrões com o banco de horas aonde eles têm tomates para enfrentar os lobys e fazer o necessário e correto para os cidadãos deixarem de ser explorados.

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