A proposta comunista para que Portugal se desvinculasse do Acordo Ortográfico de 1990 foi, esta quinta-feira, rejeitada no Parlamento pelo PSD, PS, BE e CDS-PP, apesar de dois centristas terem votado a favor, juntamente com PCP e PEV.
Assim, o projeto de resolução do PCP que “recomenda o recesso de Portugal do Acordo Ortográfico de 1990” teve os votos a favor do PCP, do PEV e dos deputados do CDS Filipe Lobo d’Avila e Ilda Araújo Novo, os votos contra das bancadas do PSD, PS, BE e CDS-PP e a abstenção do PAN, dos deputados centristas Isabel Galriça Neto, Teresa Caeiro e António Carlos Monteiro, do deputado do PSD Miguel Morgado e da deputada do PS Helena Roseta.
No debate que decorreu no plenário na quarta-feira, PSD, PS, CDS e BE demarcaram-se deste projeto, ainda que tenham admitido a necessidade de o aperfeiçoar.
Na defesa do projeto de resolução agora rejeitado, que recomenda a saída de Portugal do Acordo Ortográfico de 1990, a deputada comunista Ana Mesquita foi a única a defender a proposta na Assembleia da República, alegando que o Acordo tende a “transformar-se num atoleiro cujas consequências se desconhecem”, além de subsistirem dificuldades na sua aplicação.
Sublinhando que o PCP “não tem ‘fixismos’ na escrita”, Ana Mesquita considerou que a existência do acordo só teria sentido se integrado numa política global da língua e que tal como existe não passa de uma “imposição legislativa desligada da realidade concreta e da comunidade”.
Para a deputada, Portugal deve abandonar o Acordo Ortográfico até porque este não passou de “experimentalismo ortográfico sobretudo para os alunos que tiveram de o aplicar”.
Ana Mesquita invocou ainda a petição de “Cidadãos contra o Acordo Ortográfico”, considerando que o facto de contar com mais de 20 mil assinaturas é elucidativo de que os portugueses dizem não a este acordo.
// Lusa
Ainda que atrasado, aqui fica registado.
Começo por dizer que até a própria designação da porcaria que fizeram está errada. Acordo? Mas acordo com quem e por que razão? A Língua Portuguesa é a língua falada em Portugal. Não temos de a pôr à feição de quem não a conhece. Quem quiser servir-se dela que a estude, que a aprenda e sobretudo que a respeite.
A Língua Portuguesa foi burilada ao longo de séculos até se tornar na obra-prima que conhecíamos até há poucos anos. Destruir essa obra foi continua a ser uma opção niilista que deve ser, TEM DE SER, combatida por todos os meios.
Depois, se como dizia o poeta, «A minha Pátria é a minha Língua», eu acrescentarei que o Idioma que falo é o pilar fundamental da minha Pátria. Ofende-lo é inadmissível, mas sucede a toda a hora. Ataca-lo é imperdoável!
Mas foi o que aconteceu quando puseram em prática o desdito acordo. Foi crime de lesa-pátria, mais ofensivo do que muitas acções qualificadas de traição. Foi um atentado a merecer severa punição.
Se a proposta do PCP não passou, que esse partido não se deixe aquietar. A desvinculação de Portugal dessa aberração tem de acontecer. E eu, que não estou afecto a nenhum grupo partidário, sinto-me na obrigação de lhes gritar Avante Camaradas! Juntarei a minha à vossa voz!
“Ofende-lo é inadmissível, mas sucede a toda a hora.”
Para começar, o senhor deveria procurar não atentar contra a língua que tanto preza. Se quer fazer um comentário versando este tema, tenha lá paciência, mas primeiro aprenda a escrever sem erros. É mesmo o mínimo que se pode exigir.
Caro Zé, obrigado pela sua observação, mas fico sem saber se ela incide na deficiente construção da frase que selecionou ou se na falta de acento gráfico numa das palavras que a compõem, falta idêntica à que se verifica logo a seguir, em “Atacá-lo”.
Como bem sabe, quem, uma vez por outra, aqui expressa os seus pontos de vista, geralmente o faz um tanto apressadamente e nem revê o que escreve, sujeitando-se a cometer estas pequenas incorrecções.
Em relação ao tema em notícia, via ZAP (de que me apercebi por acaso, quando, através do Google, procurava outra informação sobre o mesmo assunto), penso que a ideia que pretendi expressar no meu anterior comentário ficou clara.
Ao contrário, a achega do Zé limitou-se a falar de erros, sem dizer quais, quando o assunto era e é muito mais sério. Mas o Zé lá sabe onde lhe aperta a bota: não sabe do que se trata ou é pró-acordo. Mas isso só a si diz respeito.
Obrigado pelo reparo.