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A pandemia da solidão: 1 em cada 2 australianos sente-se só

Os seres humanos são sociais e todos nós precisamos de alguma conexão humana para viver. Quando somos privados de algo, ainda que por pouco tempo, a necessidade torna-se ainda mais forte. No âmbito de uma pandemia global, parece ainda mais emergente.

Na Austrália, foram várias as pessoas que violaram o confinamento para visitar familiares ou amigos, uma prova de que muitos estavam dispostos a cometer infrações e a pagar multas para ver pessoas de quem já tinham saudades.

Michelle Lim, psicóloga e investigadora da Swinburne University of Technology, escreveu um artigo no The Conversation no qual avança que está a levar a cabo uma investigação que tem como foco o impacto da pandemia de covid-19 nas relações, na saúde e na qualidade de vida. Nesta primeira fase da investigação, a equipa analisou 2.666 pessoas.

Os dados revelaram que 1 em cada 2 australianos se sentem mais sós desde que a pandemia assolou o mundo e que viver com a família durante este período parece ser mais benéfico em termos de proteção contra sentimentos de solidão, depressão, ansiedade social e stress.

Os jovens entre os 18 e os 25 anos relataram os mais altos níveis de solidão em comparação com outros grupos etários, o que pode ser explicado pelo facto de terem grandes necessidades sociais.

Mas a solidão não é um problema exclusivo dos australianos que moram sozinhos: a pesquisa revelou que as pessoas têm necessidades sociais mais complexas, com vários participantes a confessarem que, apesar de amarem a família, estavam “desesperados” para verem os amigos.

A investigadora ressalva que estas conclusões serem preliminares e referentes ao período de confinamento, o que significa que não espelham a realidade de muitas pessoas que perderam os empregos, por exemplo.

Michelle Lim considera que esta pandemia traz muito poucos benefícios, mas destaca que pode ajudar as pessoas redescobrirem formas de se relacionarem com os outros e a apreciar os momentos de interação.

“Os seres humanos são surpreendentemente flexíveis e resistentes em tempos de crise. Podemos encontrar maneiras criativas de nos conectarmos com as pessoas, reduzindo o risco imediato”, rematou.

ZAP //

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