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O Oumuamua pode ser um icebergue de hidrogénio (e um dos objetos mais raros do Universo)

NASA

Uma equipa de astrónomos da Universidade de Yale e da Universidade de Chicago propôs uma nova descrição para o Oumuamua, o primeiro objeto interestelar a passar pelo nosso Sistema Solar.

De acordo com a nova teoria dos cientistas de Yale e Chicago, o misterioso Oumuamua pode ser um pedaço raro de gelo de hidrogénio.

De acordo com o Wired, existem apenas alguns lugares no Universo capaes de criar um icebergue de hidrogénio. No entanto, os cientistas por trás desta nova teoria garante que, se o visitante interestelar for, de facto, um icebergue de hidrogénio, muitas das suas bizarras propriedade passariam a fazer sentido.

Uma das coisas mais difíceis de explicar sobre o caminho de Oumuamua através de nosso Sistema Solar é a forma como acelerou o seu voo à medida que viajava. Os cometas aceleram, mas não havia indicação de que Oumuamua dependesse desse mecanismo.

Porém, se o Oumuamua fosse um icebergue de hidrogénio, o gelo em gradual sublimação impulsioná-lo-ia para a frente.

“Quando o Oumuamua passou perto do Sol e recebeu o seu calor, o derretimento do hidrogénio teria saído rapidamente da superfície gelada, fornecendo a aceleração observada e também arrastando o Oumuamua até à sua forma estranha e alongada”, disse Gregory Laughlin, co-autor do estudo, em comunicado.

“Embora a ideia do icebergue de hidrogénio ser um pouco exótica, explica todas as coisas misteriosas do Oumuamua”, disse o principal aautor do estudo Darryl Seligman, em declarações ao Wired.

Os icebergues de hidrogénio são extraordinariamente incomuns. O hidrogénio não solidifica, a menos que a temperatura caia apenas alguns graus acima do zero absoluto, a temperatura teórica mais baixa do Universo. Somente estruturas cósmicas chamadas nuvens moleculares gigantes atingem essa temperatura.

Os cientistas de Yale traçaram o curso de Oumuamua através de uma dessas nuvens, onde se pode ter formado inicialmente como uma nuvem de poeira e hidrogénio. Porém, a menos que os astrónomos consigam intercetar o estranho objeto, será uma teoria difícil de provar.

O estudo, disponível desde maio na plataforma de pré-publicação ArXiv, foi aceite pela revista científica The Astrophysical Journal.

O Oumuamua, ou “Mensageiro das Estrelas”, está rodeado de mistérios desde o dia em que foi descoberto por astrónomos da Universidade do Hawai, em outubro de 2017.

Depois de constatar mudanças na velocidade do seu movimento, o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian sugeriu que o asteróide poderia ser uma “sonda” enviada à Terra intencionalmente por uma “civilização alienígena”.

No último ano, o mundo da astronomia debruçou-se no estudo do corpo celeste e as mais várias teorias já foram apresentadas em artigos científicos: desde o seu passado violento, passando pela possibilidade de ser um sistema binário, e até o provável local de onde veio o Oumuamua.

Investigadores também sugeriram que milhares de objetos semelhantes ao Oumuamua podem estar presos no Sistema Solar.

ZAP //

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