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Oposição pede regresso das reuniões do Infarmed (mas com porta aberta)

Mário Cruz / Lusa

A maioria dos partidos está insatisfeita com a informação que tem recebido sobre a evolução da pandemia em Portugal, pedindo por isso ao Governo que retome a realização das reuniões do Infarmed.

De acordo com o jornal Público e o semanário Expresso, os partidos pressionam para que o Governo volte ao modelo anterior, às reuniões do Infarmed, em Lisboa, onde se reuniam figuras políticas, especialistas em saúde pública, sindicatos e patrões, bem como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e Conselheiros de Estado.

Sustentando que a qualidade da informação que recebem piorou desde que a a última reunião, há cerca de um mês, os partidos políticos pedem o regresso do modelo anterior, mas pedem que estes encontros sejam agora feitos de porta aberta.

“A política de retenção de informação não me parece aceitável”, disse ao jornal Público o social-democrata Ricardo Baptista Leite, frisando que “o público em geral tem direito a ter respostas mais claras” e que o erro será tanto menor “quantos mais olhos se debruçarem sobre os dados” da situação epidemiológica em Portugal.

O Bloco de Esquerda lamenta que não seja disponibilizada mais informação e concorda com o regresso das reuniões do Infarmed, desde que sejam levadas em conta algumas alterações. “É preciso que não se fique pelo formato, apenas”.

Criticando o modelo à porta fechada, o PAN espera que o eventual regresso às reuniões possa representar uma “oportunidade de melhoria”.

Iniciativa Liberal e CDS também se queixam da falta e informação.

“Deixou de haver possibilidade de ter acesso a informação, assim como de questionar e de escrutinar, o que ainda se fazia nas reuniões”, lamenta a IL.

Miguel Barbosa, vice-presidente do CDS, diz que a comunicação dos dados é apenas “mais um motivo de apreensão” em relação à gestão do Governo, falando em falta de transparência e alertando: “Portugal precisa de uma ministra da Saúde e não de uma ministra do Serviço Nacional de Saúde”, declarou.

Prematuro dar a pandemia como controlada

Ao Expresso, vários partidos mostraram-se apreensivos, considerando prematuro dar, neste momento, a pandemia como controlada em Portugal, em que os casos estão em fase descente, e que é importar apostar na testagem.

Para o PAN, os dados do último relatório da Direção-Geral de Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) são claros.

“O inquérito deixa claro que a imunidade de grupo em Portugal é ainda muito baixa, e que portanto os processos de desconfinamento devem continuam a ser graduais”, disse ao semanário Expresso a deputada Bebiana Cunha.

“Não parece que uma estratégia assente em menos testes seja eficaz ou explicável”, apontou o Bloco de Esquerda, pela voz do deputado Moisés Ferreira.

Para o CDS, reduzir o número de testes neste momento seria um “absurdo”.

“Não efetuar testes em contactos de alto risco é brincar com a saúde publica. É preciso testar, testar e testar, mas para além disso é necessário que sejam efetivamente feitos os necessários inquéritos de saúde pública e que sejam devidamente trabalhados – para identificar as cadeias de transmissão e rastrear contactos – o que não tem sucedido”, adiantou fonte oficial dos centristas ao mesmo jornal.

Os alertas e os pedidos dos partidos surgem numa altura em que o Governo se prepara para reavaliar as restrições para a área da Grande Lisboa.

O Público questionou o Governo sobre os apelos dos partidos, mas não obteve resposta.

ZAP //

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