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OMS suspende ensaios clínicos com hidroxicloroquina

Jean-Christophe Bott / EPA

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje a suspensão temporária dos ensaios clínicos com hidroxicloroquina para combater a covid-19 por causa de estudos científicos que associam maior mortalidade ao uso daquele medicamento.

O diretor-geral da OMS afirmou que a decisão do Comité Executivo da organização surge depois de na semana passada a revista científica The Lancet ter divulgado um estudo em que se observou mortalidade acrescida em doentes tratados com aquele medicamento.

Tedros Ghebreyesus destacou que o resto dos testes clínicos solidários com outras terapias vão continuar em mais de 400 hospitais em 35 países, que contam com 3.500 voluntários.

Na habitual conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia, a cientista sénior da OMS Soumya Swaminathan declarou que “há muito poucos estudos randomizados e é importante recolher informação sobre a segurança e eficácia” da hidroxicloroquina como terapia para a covid-19, uma vez que é usada principalmente para tratar a malária.

“Os dados dos estudos observacionais [como o do Lancet] podem ser enviesados. Queremos usar [a hidroxicloroquina se for segura e eficaz, se reduzir a mortalidade e os internamentos e se os benefícios forem mais do que os danos”, afirmou.

Tedros Ghebreyesus afirmou que os organismos de vigilância e segurança da OMS vão voltar a reunir-se brevemente, na próxima semana, para reavaliar a decisão.

Ainda no início da semana passada, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que estava a tomar, a título preventivo, hidroxicloroquina.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 345 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,1 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.330 pessoas das 30.788 confirmadas como infetadas, e há 17.822 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

ZAP // Lusa

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